Salvo do descenso em 2011, Zezé Perrella volta como gestor e é rebaixado com o Cruzeiro

Thiago Prata
08/12/2019 às 18:41.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:58
 (Bruno Haddad/Cruzeiro)

(Bruno Haddad/Cruzeiro)

Zezé Perrella é, sem dúvida alguma, um dos mais vitoriosos presidentes do Cruzeiro. Como mandatário, abocanhou duas Copas do Brasil (1996 e 2000), uma Libertadores (1997), três Mineiros (1996, 1997 e 1998), um Supercampeonato Mineiro (2002), entre outros títulos. Depois de passar o bastão para o irmão Alvimar de Oliveira Costa, voltou a ser o mandachuva em 2009 para um triênio ingrato: amargou o vice da Libertadores daquele ano, passou em branco em 2010 e quase foi rebaixado em 2011. Escapou da degola naqueles tempos, mas, agora como gestor de futebol do clube, não conseguiu evitar o maior fracasso da história da Raposa.

Com os escândalos e toda a crise instaurada nos bastidores do clube, o presidente do Conselho Deliberativo da Raposa acumulou a função de gerir o futebol profissional, em função da saída do vice-presidente Itair Machado.

Antes de ser apresentado como gestor de futebol, no dia 11 de outubro, Perrella se dizia revoltado com todos os problemas envolvendo o clube fora das quatro linhas e era a favor do afastamento da atual diretoria. Chegou a chamar o presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, de “Rainha da Inglaterra”. Quando assumiu a gerência, porém, defendeu o mandatário, que permaneceu no cargo.Bruno Haddad/Cruzeiro / 

De outubro para cá, não faltaram polêmicas envolvendo o nome de Perrella. Em certa ocasião, eufórico com as vitórias do time sobre São Paulo e Corinthians, ressaltou que não tinha “nenhum temor” de rebaixamento, fato relembrado por torcedores a cada tropeço da equipe dali em diante, como o empate com o lanterna Avaí e a derrota para o também rebaixado CSA, ambos os jogos no Mineirão.

Em uma de suas entrevistas, chamou o elenco cruzeirense de “um monte de cagão”. Também ironizou os dois meses de salários atrasados dos jogadores: “ganham muito, não vai fazer falta”. O goleiro Fábio retrucou: “Eu nem vi essa declaração. Cada um tem suas responsabilidades fora do futebol. Com certeza, é importante para todos (receber). Senão todo mundo trabalharia sem nenhum pagamento”.

Outro assunto que gerou assunto foi o afastamento de Thiago Neves no dia 2 deste mês. “Vamos torcer para que ele consiga arrumar um clube. Vestir a camisa do Cruzeiro, pelo menos, enquanto eu aqui estiver, ele não veste mais (...) Acho que o Thiago quis me testar, mas ele mexeu com a pessoa errada”, afirmou o gestor de futebol.

Em suma, Perrella tentou trabalhar nos bastidores, mas ficou marcado pelas declarações polêmicas e não conseguiu evitar algo que um dia ele evitou: o rebaixamento da Raposa.

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