(Joinville)
Com quatro clubes garantidos na Série A de 2015, Santa Catarina entrou de vez no mapa do futebol nacional. Figueirense e Chapecoense permaneceram na divisão de elite, enquanto Joinville e Avaí conseguiram o disputado acesso. Já o Criciúma, que poderia ser o quinto representante do estado, acabou rebaixado na lanterna da Série A.
Para o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfin Pádua, os reflexos vão além dos ganhos esportivos. “Nosso turismo e comércio serão fortalecidos. Todos os clubes de fora jogarão quatro vezes por aqui. Torcedores virão e movimentarão a nossa economia”, destaca o dirigente, que também assumirá a vice-presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em abril do ano que vem.
A chegada do Joinville à Série A, após conquistar o título da Segundona, tem dois fatores fundamentais: a paixão da torcida e a profissionalização da gestão. Mesmo quando o time estava sem disputar competições nacionais – em 2008 e 2009 –, o clube tricolor foi capaz de manter 6 mil sócios com suas mensalidades em dia. Atualmente, são mais de 11 mil.
Já o Avaí, quarto colocado na Série B deste ano, convive com sérios problemas financeiros nas últimas temporadas e vem sendo movido mais pela emoção e paixão dos torcedores do que pela organização da diretoria. O clube de Florianópolis ficou sem patrocinador master, mas conseguiu cerca de R$ 6,5 milhões após ter terrenos desapropriados para a ampliação de uma avenida. Só assim, pagou premiações e salários atrasados.
Outro time da capital, o Figueirense conseguiu se manter na Primeira Divisão a duras penas em campo. Mas, por outro lado, apresenta uma boa organização extracampo desde o ano 2000, quando o então presidente Paulo Frisco o transformou em um “clube-empresa” e até hoje colhe frutos do planejamento de médio e longo prazo.
O quarto representante do estado é o Chapecoense, que também se consolidou na Série A. Apesar da estrutura precária, o clube acertou ao apostar em jogadores que estavam em baixa no mercado e acabaram se dando bem com a camisa alviverde. Com isso, foi possível administrar a folha de pagamento nesta temporada.
O clube de Chapecó não possuía nem campo para treinar até o ano passado e estava praticamente quebrado financeiramente, até que o poder público e a Associação Comercial da cidade se uniram para reerguer o clube.
“Queríamos cinco times neste ano, mas infelizmente o Criciúma não ficou. É um time organizado, que deu azar, e que ano que vem com certeza estará de volta à Série A”, conclui Delfin.