
William, de 37 anos, é levantador do Sada/Cruzeiro e reserva de Bruninho na seleção brasileira de vôlei masculino na Rio-2016.
Em entrevista ao Hoje em Dia o atleta fala sobre a primeira olimpíada da sua carreira (marcada por vários títulos com a camisa do Sada/Cruzeiro) e a tristeza pela eliminação do vôlei feminino.
O Brasil perdeu o ouro há quatro anos, em Londres, para a Rússia. Isso pode influenciar no confronto de hoje, pela semifinal?
A lembrança de Londres não é a melhor, mas no último ano ganhamos quatro vezes deles. O retrospecto não vai pegar muito. E aqui também é outra história. Eles estão jogando bem, mas acho que a gente tem totais condições de fazer um bom jogo e chegar a mais uma final.
Contra a Argentina, nas quartas, dois titulares deixaram a quadra machucados (Lucarelli e Lipe). O time pode não contar com eles na partida contra a Rússia?
Com certeza vão estar na quadra. Semifinal olímpica todo mundo vai fazer de tudo para jogar. Não sei se o tempo todo, mas pelo menos em algum momento vão estar lá para ajudar a equipe.
A eliminação da seleção feminina jogou ainda mais pressão no time masculino por uma medalha no Rio?
Pressão não. Cada um faz o seu papel, o seu melhor. Ficamos tristes, pois as meninas tinham condições de brigar por medalha também, saíram de forma precoce, mas Olimpíada é isso mesmo, tudo muito igual, muito equilibrado. Você vê que a Sérvia acabou de passar pelos Estados Unidos.
O time oscilou na primeira fase e sofreu duas derrotas, para Estados Unidos e Itália. Isso é um risco para a reta final do torneio olímpico?
A gente joga em alto nível. Todos times são excelentes, jogam muito bem. Detalhes ganham jogo e a gente perdeu duas vezes no detalhe. É muito equilibrado. A partir do jogo contra a Itália, a gente teve um pouquinho mais de sangue nos olhos, para essa energia vir para a gente e fecharmos os sets. A partir daquele momento, o time criou uma identidade, criou uma casca. Talvez o feminino, por ter ganho mais tranquilo na fase de grupos, não tenha sentido essa pressão, como a gente sentiu".
Você ganhou tudo pelo Sada/Cruzeiro. Agora está jogando a sua primeira Olimpíada. Como está sendo a experiência. É muito diferente?
Olimpíada é Olimpíada. O nível é muito alto, os times jogam lá em cima. Muita força. O espírito é diferente. Estou desfrutando ao máximo. Fico muito nervoso no banco. É mais fácil estar dentro de quadra, jogando. Sinto um pouco mais o jogo, você consegue extravasar um pouco mais. Enfim, minha função é essa e quando entro tento ajudar. Se puder jogar mais umas quatro Olimpíadas, eu quero.
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