Sem direito a medalha, Micale diz que vai 'mandar fazer' ou cobrar CBF

Estadão Conteúdo
18/08/2016 às 23:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:26
 (Lucas Figueiredo/ MoWA Press)

(Lucas Figueiredo/ MoWA Press)


Na Olimpíada, técnico não recebe medalha. Mas Rogério Micale vai ter a dele, seja de ouro ou prata após a final do futebol masculino nos Jogos do Rio-2016. O treinador da seleção olímpica disse na noite desta quinta-feira esperar que a CBF lhe dê o mimo, mas se isso não ocorrer ele mesmo irá providenciar.


"Eu vou dar um jeito de arrumar uma medalha para mim, nem que eu mande fazer. É um símbolo muito importante, queremos participar", disse o treinador, na entrevista obrigatória pré-jogo, que normalmente deveria ocorrer na véspera da partida, mas foi antecipada porque tem de ser no local do jogo e o Maracanã recebe nesta sexta-feira a final do torneio feminino de futebol.

 
Micale admitiu que gostaria muito de ter direito à medalha e lamentou que a Olimpíada não olhe para os treinadores. "Mas acredito que a CBF vai dar um jeito, fará uma réplica para levarmos. É um símbolo da conquista. Eu prefiro (ganhar) a de ouro, mas ser medalhista é uma grande honra."

 
Ele tem dado entrevistas seguidas nesta Olimpíada. Com o início da competição, o número de vezes que Micale fala com os jornalistas aumentou, porque pelas normas do Comitê Olímpico Internacional (COI) e da Fifa o treinador é obrigado a falar na véspera dos jogos e depois da partida. E, com as antecipações promovidas pela organização, ele se encontra com os jornalistas praticamente todos os dias.

 
Rogério Micale tem reagido com paciência e descontração - com exceção da entrevista concedida em Salvador antes do jogo com a Dinamarca, quando mostrou irritação com as críticas, que considerou exageradas, ao desempenho do time. Nas outras, está sempre de bom humor.

 
Nesta quinta-feira não foi diferente. Ele chegou quase 20 minutos depois do horário previsto e se desculpou: "É que a gente está quase na divisa de Minas Gerais e para chegar aqui demorou um pouquinho", disse, sorrindo, em alusão ao fato de a seleção está hospedada no Recreio dos Bandeirantes, bairro há cerca de 50 quilômetros do Maracanã.

 
Quem não gosta muito das entrevistas de Micale é a tradutora das respostas para o inglês. Isso porque o treinador, apesar de ter prometido há alguns dias, não consegue dar respostas curtas, levando a profissional ao desespero pelo acúmulo de frases a traduzir.

 
Desta vez não foi diferente, mas depois de uma resposta que levou alguns minutos, Micale, ao perceber a aflição da tradutora, virou-se para ela e disse: "Desculpa. Mas aqui para mim é um bate-papo", disse. "Parece que estou tomando café com vocês", completou, dirigindo-se aos jornalistas.

 
A entrevista prosseguiu por mais alguns minutos e, no final, Micale, brincou de novo: "Agora eu vou voltar para Minas."

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