(Reprodução/TVGalo)
Há pouco menos de um mês de completar 38 anos, o técnico Thiago Larghi hoje experimenta trabalhar com uma paixão que começou logo aos seis, quando acompanhava pela televisão, ao lado do pai, a Copa do Mundo com sede no México, que teve a Argentina como campeã.
Uma das principais lembranças que o técnico do Atlético tem daquela edição, inclusive, é a vitória da Seleção Brasileira, por 1 a 0, sobre a Espanha, em 1º de junho. O gol do time Canarinho foi marcado por Sócrates, aos 16 minutos da segunda etapa.
Tomado pelo desejo de ser uma das estrelas do futebol, Larghi deu os primeiros passos no Riachuelo Esporte Clube, time de Paraíba do Sul, cidade do interior do Rio de Janeiro onde nasceu. Por lá, o até então meio-campista, estilo Gustavo Blanco, como o próprio se define, brilhou na adolescência, quando foi uma das peças da equipe que teve invencibilidade de quase 30 jogos.
"A paixão pelo futebol veio do meu pai. A família sempre falando de jogos, de jogadores, de tudo. Logo logo comecei a jogar na escolinha e fui jogar fora e em outras competições fora da minha cidade. Joguei futsal também. Só fui pensar em ser jogador mesmo (profissional) lá para os 16 anos", conta Thiago em entrevista exclusiva ao Hoje em Dia.
"Andei fazendo testes em alguns clubes, cheguei a passar, estabilizar, mas não ficar. Fiz em clubes grandes e até aqui no Atlético", revela o filho do Sr. Aurélio, efetivado como treinador em 25 de junho, após ser o interino desde a queda de Oswaldo de Oliveira, no segundo mês de 2018.
Montanha Futebol Clube
Em 1997, há um de alcançar a maioridade, Larghi desembarcou em Sabará, na Região Metropolina de Belo Horizonte, para participar de um teste no hoje extinto Montanha Futebol Clube. Como tinha parentes na cidade - inclusive, muitos ainda residem por lá -, e com DNA mineiro (o pai nasceu em Mar de Espanha, na Zona da Mata) ele se sentiu em casa e acabou aprovado.
Um garoto no meio de milhares com o mesmo sonho, Thiago, que chegou a disputar um Estadual pela equipe, passou despercebido por Gilberto Ferreira, o Zinha, que na época era o presidente do clube sabarense, famoso por dar trabalho aos Gigantes da capital nos torneios da Federação Mineira, até então presidida pelo saudoso Elmer Guilherme.
"Algumas pessoas comentaram comigo que o Thiago passou por aqui. Isso é motivo de enorme satisfação. Apesar de não lembrar dele treinando no nosso time, pois recebíamos meninos de todos os cantos do país, ficamos orgulhosos por ter feito parte da história. Assim como ele, formamos e preparamos muitas crianças para a vida", relata Zinha.
Ex presidente da Câmara de Vereadores da cidade e "dono" do Montanha, que encerrou as atividades entre 1998 e 99, Gilberto, de 68 anos, conta que deixar o campo do Siderúrgica, onde atuavam, para atuar no Campo do Newtão, foi o principal motivo para que o time fechasse as portas.
"Foi uma exigência do prefeito da época. Ele não entendia que, para continuarmos disputando os torneios da Federação, tínhamos que dar o mínimo de condições aos atletas. Para se ter ideia, nem água para os jogadores a gente podia oferecer. Saíam dos jogos e tinham que tomar banho em casa", relembra Ferreira, que hoje é presidente da funerária do município, cargo que, segundo ele, não lhe rende remuneração.
Antes de cursar a faculdade de Educação Física, Thiago Larghi ainda passou pelo Madureira-RJ. Ficar longe da família, porém, o fez abrir mão do sonho de ser jogador profissional. Contudo, mal sabia ele que o destino lhe reservava outro caminho no mundo da bola.
Confira esta e outras histórias do treinador atleticano na seção Papo em Dia do próximo fim de semana. O comandante do alvinegro conversou com a reportagem do Hoje em Dia e se apresentou de forma diferente à fanática torcida.