Sindicato pede R$6,2 milhões do Corinthians por invasão a CT

Raphael Ramos e Vítor Marques
06/03/2014 às 19:39.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:28

O Sindicato dos Atletas de São Paulo pede R$ 6,2 milhões ao Corinthians por causa da invasão de mais de cem torcedores ao CT do clube no dia 1º de fevereiro. A entidade entrou com uma ação na Justiça do Trabalho e o caso será julgado no 3 de junho. O Corinthians alega que ainda não foi oficialmente notificado.

A ação consiste em dois itens: 1) assédio moral e atentado aos atletas e 2) ambiente de trabalho inseguro. Para cada um dos itens, o sindicato pede R$ 100 mil de indenização por atleta. Como havia 31 atletas no CT no momento da invasão, o valor total da ação chega a R$ 6,2 milhões.

O sindicato resolveu responsabilizar o Corinthians pela invasão devido à relação da diretoria com as torcidas organizadas. "A ideia inicial era que fosse proposta uma ação civil pública pelo Ministério Público do Trabalho, mas o ato não foi praticado por terceiros. A relação que existe entre Corinthians e organizadas é fraternal. O Corinthians não é vítima da invasão e sim vítima das suas escolhas. Como consequência, os atletas acabaram vítimas das escolhas do clube", disse o advogado do sindicato, Washington Rodrigues de Oliveira.

Comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Benedito Roberto Meira chegou a insinuar que o Corinthians abriu o CT do Parque Ecológico para as torcidas organizadas. O Corinthians nega que tenha facilitado a entrada dos vândalos. O circuito interno de câmeras de segurança parou de funcionar justamente no momento da invasão e a Polícia Civil prendeu até agora apenas três torcedores.

"No Corinthians, as torcidas organizadas e a Fifa têm o mesmo status e o canal de diálogo é a presidência e a diretoria. Já o torcedor comum, se quiser falar com o clube, tem de buscar a ouvidoria, que é o famoso 0800", critica Oliveira.

Levantamento feito pelo sindicato mostra que apenas no site no Corinthians há mais de 500 textos relacionados às organizadas: 286 da Gaviões da Fiel, 132 da Camisa 12, 69 da Estopim da Fiel e 28 da Pavilhão 9. São matérias referentes a eleições, festas e eventos.

Para entrar com a ação, o sindicato não pediu autorização aos atletas. "Eles não iam concordar porque trabalham no clube e teriam receio. Isso é normal. Nesse tipo de situação, o sindicato pode atuar em defesa dos atletas sem precisar pedir autorização. Mas todo o dinheiro será revertido para eles", justifica Oliveira.

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