Muita briga, e pouca punição. Os torcedores baderneiros seguem livres para agir. Até agora, a suspensão por cinco meses de bandeiras, faixas e instrumentos musicais das organizadas Máfia Azul e Pavilhão Independente, ambas do Cruzeiro, em todos os estádios do país é a única medida anunciada pelas autoridades após a confusão entre as duas torcidas, inclusive no clássico com o Atlético, há duas semanas.
A decisão já havia sido adotada pelo Ministério Público (MP) no fim do ano passado, por causa de atritos envolvendo as duas torcidas após um jogo entre Cruzeiro e Ponte Preta, mas parece não ter surtido o efeito.
A maior organizada celeste e a Pavilhão, criada por dissidentes da própria Máfia Azul, vêm se enfrentando há quase cinco anos, provocando cenas de selvageria dentro e fora dos estádios.
O impedimento já está valendo e vai até 20 de março de 2014. O primeiro teste será no sábado, às 18h30, quando o Cruzeiro recebe o Criciúma, no Mineirão, pela 31ª rodada do Nacional. Caberá à Polícia Militar de Minas Gerais e dos outros estados fazer cumprir a determinação.
“Estamos fazendo o que o Estatuto do Torcedor permite. Optamos por não vetar a camisa porque fica mais fácil para identificar os integrantes destas torcidas”, justifica o promotor Edson Antenor Lima de Paula, da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, do MP de Minas Gerais.
“É importante deixar claro que esta medida não livra de um processo penal todos aqueles torcedores flagrados e denunciados cometendo algum delito”, completa o promotor.
Mas, nas últimas semanas, o Hoje em Dia constatou junto ao Juizado Especial que torcedores punidos com penas alternativas após tumultos dentro e fora dos estádios não estão comparecendo ao Tribunal nos dias dos jogos. Todos terão os casos apreciados novamente por um juiz e devem ser obrigados a cumprir penas comuns.