STJD indefere pedido do Cruzeiro e nega torcida única no duelo com o Palmeiras, no Mineirão

Lucas Borges
06/12/2019 às 15:58.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:57
 (Marcelo Prates/Arquivo Hoje em Dia / Hoje em Dia)

(Marcelo Prates/Arquivo Hoje em Dia / Hoje em Dia)

O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo César Salomão Filho, indeferiu, na tarde desta sexta-feira (6) o pedido do Cruzeiro para que o duelo com o Palmeiras, neste domingo (8), às 16h, no Mineirão, seja realizado com torcida única.

Na decisão, Salomão Filho alegou, entre outros motivos, que caso a Raposa tema a ocorrência de episódios violentos, que caberia a ela tomar medidas protetivas para evitar tais conflitos, ou, caso não consiga fazê-lo, que feche por conta própria todos os portões do estádio para todos os torcedores, sem que o STJD intevenha nessa situação.

O presidente também afirmou que se acatasse o pedido do clube estrelado, o princípio da reciprocidade seria ferido, já que no jogo do primeiro turno, realizado no Allianz Parque, em São Paulo, torcedores do Cruzeiro puderam comprarecer ao estádio. 

Por fim, o desembargador ainda citou que a proibição da entrada de palmeirenses no Gigante da Pampulha acarretaria em dano esportivo e financeiro ao time paulista. 

Pedido

A diretoria da Raposa havia ingressado com um pedido no órgão, logo após a derrota por 2 a 0 para o Grêmio, na última quinta-feira (5), em Porto Alegre, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro.

O clube estrelado alegou as últimas confusões ocorridas no Gigante da Pampulha, nos últimos jogos da equipe celeste para justificar o pedido para que não haja a presença de torcedores do time paulista.

A possibilidade real de o Cruzeiro ser rebaixado para a Série B reforça ainda mais o temor de que novos episódios de violência ocorram dentro ou fora do estádio.

Outro argumento utlizado pela diretoria celeste e prontamente rechaçado pelo STJD foi o de que haverá outros eventos no domingo, na região do Mineirão, como a Volta da Pampulha e uma festa de música eletrônica, e que objetos das estruturas desses acontecimentos poderiam servir de armas em casos de tumultos na realização do jogo. 

Justiça comum

Em entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira, que contou com representantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Ministério Público e do Corpo de Bombeiros, o temor pela segurança dos torcedores foi amplamente discutido.

O MP e a Polícia Militar também corroboraram o pedido do Cruzeiro e solicitaram a Federação Mineira de Futebol (FMF) de que a partida do domingo seja realizada com torcida única.

O promotor Paulo de Tarso, inclusive, destacou que tal demanda seria superior às normas estipuladas pelo Estatuto do Torcedor, que determina, por exemplo, que tal alteração na venda de ingressos deve ocorrer dez dias antes da partida.

"Os prazos existem, mas a gente tem que considerar um bem maior. Todo o Estatuto do Torcedor é voltado para a segurança das pessoas. Existe a questão de prazos, a fim de manter tranquilidade na venda de ingressos, mas existe outra muito superior, que é a segurança e a garantia da integridade física dos torcedores".

Caso o pedido não seja acatado em tempo útil pela CBF, o Ministério Público pretende levar a questão para a Justiça Comum.

"Nós vamos tomar as medidas cabíveis para que isso aconteça. Pretendemos entrar com uma ação judicial para viabilizar o serviço das forças de segurança", declarou Paulo de Tarso.Marcelo Prates/Arquivo Hoje em Dia / Hoje em Dia

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