Superação recompensada: Isaquias é o símbolo brasileiro na Olimpíada

Bruno Moreno - enviado especial
bmoreno@hojeemdia.com.br
21/08/2016 às 09:50.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:28
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

RIO DE JANEIRO – O canoísta Isaquias Queiroz é a representação clara do Brasil nos Jogos Olímpicos: dedicação e superação que compensam a falta de políticas públicas para formação de atletas.

Isaquias começou a remar em um projeto social na cidade de Ubaitaba, no Sul da Bahia, que na língua indígena Tupi quer dizer aldeia das canoas.Desde 2010, o baiano entrou de cabeça em um projeto da Confederação Brasileira de Canoagem e conquistou três medalhas nos jogos Olímpicos Rio 2016 (duas pratas e um bronze).

Nesses últimos dias, em que tem experimentado a glória, não se aguenta de alegria ao ver um mundo de gente gritar o nome dele e pedir para tirar fotos. Atendeu a todos que pôde, antes de ser levado para as inúmeras entrevistas que vem concedendo desde que conheceu a fama.

No entanto, apesar de ter se tornado uma estrela, ele não esquece da origem humilde e das primeiras remadas no rio das Contas, à beira da cidade natal, para onde quer ir amanhã passar um tempo com a família e os amigos. Pretende, claro, também pegar uma praia, em Itacaré.

Nesta última semana, Isaquias entrou para a história do esporte brasileiro ao conquistar três medalhas em uma mesma edição dos Jogos Olímpicos. O canoísta conquistou um bronze, no C1 200m, e duas pratas – uma no C1 1000m e outra no C2 1000 (dupla). Esta última foi garantida ontem, ao lado do parceiro Erlon Silva. Eles largaram muito bem, mas nos últimos 250 metros foram ultrapassados.

“O ouro não veio, mas o ouro eu consegui da torcida. A torcida brasileira estava aqui prestigiando o evento. Independentemente de não ter conseguido o ouro, a torcida foi essencial pra mim”, enfatizou.

Já Erlon, que treina com Isaquias em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas é natural de Ubatã, cidade próxima a Ubaitaba, ficou muito emocionado ao final da prova, com a conquista da primeira medalha olímpica dele.

“Não deu para conter as lágrimas, porque a gente batalhou muito. Foi muito sofrimento, muita dor, na verdade, para chegar aonde a gente chegou. Quando você chega numa linha dessa, e vê o seu trabalho concluído, não dá para não fazer outra coisa a não ser agradecer e se emocionar”, disse Erlon.

Agora, uma campanha na internet quer mudar o nome da lagoa Rodrigo de Freitas para lagoa Isaquias Queiroz. E, para completar a honraria, Isaquias foi escolhido para ser o porta-bandeira da delegação brasileira na cerimônia de encerramento dos Jogos hoje, no Maracanã.

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