Técnicos estrangeiros acumulam fracassos recentes no futebol brasileiro

Frederico Ribeiro
28/11/2015 às 09:09.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:07
 (Juan Mabromata)

(Juan Mabromata)

As opções já estavam restritas, e o leque continua se fechado. O nome do sucessor de Levir Culpi no Atlético segue no anonimato. Enquanto o ex-técnico ainda arruma as malas para retornar a Curitiba, a diretoria trabalha contra a concorrência e, ainda, diante de um obstáculo histórico.

Primeiro, porque Muricy Ramalho entrou no radar do Internacional, onde já trabalhou. Depois, porque o argentino Alejandro Sabella, mesmo agradando ao presidente Daniel Nepomuceno, precisaria driblar a desconfiança e a adaptação ao futebol brasileiro.

Internamente, a contratação de um estrangeiro é tratada com bastante cautela pelo clube. O currículo do ex-técnico da Argentina não se discute: conquistou a Libertadores pelo Estudiantes e foi vice-campeão mundial em 2014 pela seleção alviceleste.

Entretanto, a onda de “professores” forasteiros no Brasileirão, de 2014 para cá, não deixou boas impressões, como reconhece o presidente.

“É claro que é muito mais fácil trazer um brasileiro. A gente confia, a nossa escola é melhor. Mas não vejo dificuldade em trazer (um estrangeiro) não”, disse Nepomuceno à Rádio Globo.

SEM PACIÊNCIA

Nas duas últimas temporadas, os grandes clubes brasileiros investiram no intercâmbio. O Palmeiras tirou o argentino Ricardo Gareca do Vélez Sarsfield, e, junto com ele, uma legião de jogadores portenhos. O Atlético-PR foi além do Atlântico e contratou o espanhol Miguel Ángel Portugal. Ambos fracassaram.

Em 2015, Inter e São Paulo repetiram a estratégia, com o uruguaio Diego Aguirre e o colombiano Juan Carlos Osório, respectivamente. Mas as promessas de paciência e confiança viraram palavras ao vento no Beira-Rio e no Morumbi.

O ex-atacante do Peñarol saiu com um aproveitamento alto: 60%. Mas seus métodos foram questionados após a eliminação colorada da Libertadores, na semifinal, para o Tigres-MEX.

Já Osório decidiu sair após receber uma proposta da seleção mexicana. Curiosamente, Gareca também deixou o Brasil para assumir a equipe do Peru.

Nenhum dos quatro ficou mais de oito meses empregado. O recordista foi Aguirre, especulado no São Paulo desde a saída de Doriva. Em média, cada um ficou 158 dias no cargo.

“Terminando o ano, você tem cinco ou seis clubes grandes disputando e buscando um novo treinador. Depois do 7 a 1 (para a Alemanha, na Copa do Mundo), a queda dos treinadores no Brasil foi geral, tanto os estrangeiros quanto os que já tinham mostrado trabalho. O futebol brasileiro está passando por essa dificuldade”, avalia Daniel Nepomuceno.

Apesar das dificuldades do mercado, o presidente diz que não vai entrar em "leilão" por nenhum treinador. "O técnico também tem que querer treinar o Atlético. Não adianta abrir concorrência, diminuindo o clube", concluiu.

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