#TBT Há 81 anos, uma 'cabeçada fatal' colocava fim à carreira de Guará, ídolo do Atlético

Henrique André
@ohenriqueandre
03/06/2020 às 11:37.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:40
 (Reprodução/Internet)

(Reprodução/Internet)

Há 81 anos, um lance colocava fim à carreira de um dos maiores jogadores da História do Atlético. Quarto maior artilheiro do alvinegro, com 168 marcados, Guaracy Januzzi, o Guará, se chocava com um zagueiro do Cruzeiro e via os sonhos dentro do mundo da bola serem interrompidos. Natural de Ubá, cidade da Zona da Mata, o "Perigo Loiro" deu os primeiros passos no mundo da bola com a camisa azul e branca do Sport Club Aymorés. Aos 13 anos, ele já chamava a atenção de todos pela habilidade e faro de gol.

Em 1939, com o Estádio de Lourdes lotado para o clássico contra o Palestra Itália (Cruzeiro), veio o drama na vida de Guará, dos atleticanos e de todos que o admiravam. Contratado pelo rival para parar o atacante alvinegro, o zagueiro José João Perozzi Bomfim, o Caieira, protagonizou uma disputa de bola inesquecível.

A bola estava com Lôla na intermediária do Atlético; Guará escapou e veio ao centro. Bola alta, das que ele gostava. Subiu para cabecear com Caieira. Tocou na bola, mas o zagueiro deu uma testada na nuca do atacante. Ambos caíram.

Dos gritos vindos das arquibancadas ao silência completo em Lourdes. Guará foi levado ao Pronto-Socorro. A gravidade do choque foi tão grande, que chegou-se a cogitar que o craque atleticano havia morrido; no hospital, durante todos os dias do internamento, os torcedores fazim vigília e levavam energias positivas ao ídolo. Guará passou 72 horas em estado de choque e um mês inconsciente. Recuperou-se, mas para o futebol nunca mais voltou a ser a atacante perigoso. Jamais conseguiu marcar os gols que lhe deram fama e dinheiro.

Apesar de todo o carinho da torcida alvinegra, não conseguiu mais encontrar o seu futebol. O atacante resolveu então mudar de clube, pensando ser esta a solução do problema, e foi para o Flamengo em 1940. Entretanto, ficou apenas seis meses. Retornou para Belo Horizonte e tentou a sorte no Siderúrgica. Sentindo que não era mais o Guará que a torcida sempre lembrava, resolveu aos 23 anos parar definitivamente com o futebol.

Após o futebol, Guará voltou a ser Guaracy e se tornou funcionário da Câmara Municipal de Belo Horizonte e proprietário de uma casa lotérica no Centro da capital. Sua biografia foi registrada em um livro de 1968, raro de achar. Em sebos online, a obra "Cabeçada Fatal", de Antônio Tibúrcio Henriques, cujo prefácio é de autoria de Ary Barroso, tem custo de R$ 300. *

*Com GaloDigital

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