Sabe aquela história de jogador "com estrela"? Aquele que "gosta de palco grande"? Parece ser mesmo o caso de Thiago Neves. O camisa 30 provou ter capacidade de decisão e ajudou a colocar o Cruzeiro em vantagem na final da Copa do Brasil de 2018, ao marcar o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians, na noite desta quarta-feira (10), no Mineirão.

O duelo da volta está marcado para a próxima quarta-feira (17), às 21h45, na Arena Itaquera, em São Paulo. Para erguer a taça no tempo regulamentar e isolar-se como o único hexacampeão do torneio, o clube mineiro só precisa de um empate. Em caso de derrota celeste por um gol de diferença, o novo dono do troféu será conhecido após disputa de pênaltis.

Para esta partida, o técnico Mano Menezes não contará com o lateral-esquerdo Egídio, punido com o terceiro cartão amarelo. No jogo de ida, a Raposa já não teve o meia Arrascaeta, convocado para a Seleção do Uruguai, nem o atacante Sassá, suspenso. E ambos são ausências praticamente certas também para a volta.

Como a Celeste Olímpica tem amistoso marcado para o dia 16, contra o Japão, o camisa 10 pode não chegar a tempo ou em condições de ir a campo. Já o centroavante será julgado nesta quinta-feira (11) e pode ter a pena aumentada pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).

Thiago Neves x Cássio

Mano Menezes supreendeu ao sacar Lucas Silva para promover a entrada de Ariel Cabral no meio de campo. "É mais meia", justificou o treinador, evidenciando a expectativa por mais criação no setor.

Recepcionado por um Mineirão praticamente lotado e enfeitado com fotos de todos os jogadores, o Cruzeiro tentou adotar uma postura ofensiva, mas encontrava dificuldade para passar pela marcação do Corinthians.

Aos poucos, porém, a partida foi se transformando num duelo de ataque contra defesa. Ou, melhor, de Thiago Neves contra Cássio.

Conhecido pelo poder de decisão em grandes jogos, o meia cruzeirense começou a chamar a responsabilidade e a apostar nos chutes de média distância. Foi assim que exigiu uma grande defesa do goleiro, aos 19 minutos, e acertou a trave, aos 34.

O gigante corintiano poderia ter se tornado vilão ao sair jogando errado, aos 38. Mas, na sequência, acabou virando herói, com uma intervenção ainda mais difícil, em cabeceio à queima-roupa do capitão celeste Henrique.

A intensidade e o nível técnico do confronto eram baixos, mas a presença azul no setor ofensivo continuava muito maior. E de tanto cercar a área, a Raposa conseguiu abrir o placar, já nos acréscimos.

Desta vez, não teve jeito. Após cruzamento de Egídio, Thiago Neves provou ter estrela ao cabecear e contar com desvio no zagueiro corintiano Henrique para superar o goleiro, aos 46 minutos.

 Veja o lance do gol:

Segundo tempo

A ineficiência criativa do Timão continuou evidente na etapa complementar. Tanto que, atuando com cautela e sem pressionar, o Cruzeiro voltou a criar as melhores oportunidades.

Numa delas, Barcos recebeu ótimo lançamento de Robinho, se movimentou bem dentro da área e cabeceçou com perigo, à esquerda da meta de Cássio, aos 18 minutos.

Pouco depois, aos 29, Dedé também mandaria próximo a esta mesma trave esquerda, aproveitamento cruzamento de Thiago Neves. Sobrou para o gramado, alvo de socos irritados do zagueiro celeste em reação à boa chance perdida.

A torcida sentiu o cenário propício e começou a pedir "mais um, mais um". O placar, no entanto, se manteve inalterado. Vitória merecida do Cruzeiro e raiva justificada de Dedé, uma vez que a vantagem poderia ter sido mais confortável.

FICHA DO JOGO

CRUZEIRO 1 X 0 CORINTHIANS

MOTIVO: Jogo de ida pela final da Copa do Brasil 2018

CRUZEIRO: Fábio; Edilson, Léo, Dedé e Egídio; Henrique, Ariel Cabral, Robinho, Thiago Neves (David) e Rafinha (Rafael Sóbis); Barcos (Raniel). Técnico: Mano Menezes

CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Léo Santos, Henrique e Danilo Avelar; Ralf, Gabriel, Jadson (Emerson Sheik) e Mateus Vital (Ángel Araos); Romero e Clayson (Pedrinho). Técnico: Jair Ventura

GOLS: Thiago Neves, aos 46 minutos do primeiro tempo

CARTÕES AMARELOS: Thiago Neves, Egídio e Henrique; Léo Santos, Jadson e Araos

CARTÃO VERMELHO: Araos

ARBITRAGEM: Anderson Daronco (RS), auxiliado por Alessandro Rocha Matos (BA) e Fabrício Vilarinho (GO)

LOCAL: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte

PÚBLICO: 46.308 pagantes

RENDA: R$ 4.169.226,50

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