Thiago Silva diz estar preparado para liderar garotos

Leonardo Maia
06/07/2012 às 16:45.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:23

Aos 27 anos, Thiago Silva é um jogador consagrado. Considerado o melhor zagueiro do mundo, apelidado de 'Monstro' por sua técnica e alvo de uma proposta indecorosa do Paris Saint-Germain, que tentou tirá-lo do Milan, o zagueiro carioca é o pilar da seleção olímpica que inicia a luta pela inédita medalha de ouro no dia 26, contra o Egito. Pelo menos é assim que o técnico Mano Menezes o vê.

Ao convocá-lo dentre os três jogadores acima dos 23 anos, o treinador antecipou que o defensor do Milan será o capitão da seleção. A escolha não é gratuita, Mano espera que Thiago assuma a liderança do grupo e se torne a referência para os companheiros.

"Eu sei que o Mano me tem como referência. A responsabilidade de ser o capitão é grande, ainda mais porque nunca vencemos a Olimpíada. Mas estou preparado", disse Thiago, em conversa com a imprensa, nesta sexta (6), no Maracanãzinho. "Vou tentar passar muita tranquilidade. Tanto nos momentos difíceis quanto nas vitórias".

A lista divulgada por Mano na quinta-feira (5) dá a medida da confiança que o técnico brasileiro tem na capacidade técnica de Thiago, dentro de campo, e de sua influência sobre os demais, fora dele. Havia a expectativa pela convocação de David Luiz, mas Mano se sentiu confortável em chamar apenas um veterano para a zaga e os jovens Juan e Bruno Uvini.

Thiago admite que precisará de tempo para descobrir as qualidades e deficiências de seu futuro parceiro - o outro titular deve ser Juan, da rival Inter de Milão. Mas acredita que a zaga não vai ser o ponto frágil da equipe.

"Joguei muito pouco com o Juan e vi alguns jogos dele. Ainda preciso de mais tempo a seu lado. Mas é muito talentoso e canhoto, o que é raro. É forte no confronto direto", elogia, ressalvando que Juan foi pouco utilizado na temporada passada, pela Inter de Milão.

Nesse sentido, Thiago acha que vai ser valiosa sua experiência no Milan. Pelo clube italiano, ele pôde conviver com jogadores mais velhos e de grande liderança, como Pirlo, Seedorf, Gattuso. Na seleção, será ele o "coroa" da turma, além de levar a campo o conhecimento de quem conheceu o fracasso olímpico.

Nos Jogos de Pequim, em 2008, também foi na cota acima dos 23 anos e sofreu com a derrota por 3 a 0 para os rivais argentinos. "Acho que faltou respeito maior com a Argentina", avaliou. "Precisamos ter mais respeito com os adversários".

Thiago entende que a dificuldade maior do torneio olímpico está em enfrentar equipes de pouca tradição nas competições "profissionais". Na primeira fase, além dos egípcios, o Brasil encara a Bielo-Rússia (dia 29) e a Nova Zelândia (1º de agosto). O desconhecimento dos jogadores adversários e o favoritismo absoluto são armadilhas a serem evitadas.

Como a próxima Copa do Mundo será no Brasil, Thiago entende que a conquista da medalha de ouro teria uma importância extra. Além de afastar o estigma do único título que o futebol brasileiro não tem, a vitória em Londres redobraria a confiança dos jogadores, da torcida e cessaria os questionamentos a respeito do trabalho de Mano.

"Acho que nos últimos amistosos resgatamos um pouco do carinho do torcedor. As pessoas me abordam e dizem que acreditam, que nos apoiam. Se vencermos vamos poder trabalhar com mais segurança e tranquilidade para a Copa de 2014".
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