Tira-teima: Quartas da Copa do Brasil valem a ponta nos mata-matas entre Cruzeiro e Atlético

Alexandre Simões
07/07/2019 às 18:39.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:26
 (Bruno Cantini / Atlético)

(Bruno Cantini / Atlético)

Motivação não falta a Cruzeiro e Atlético para o confronto de quartas de final da Copa do Brasil que eles começam a disputar na próxima quinta-feira, às 20h, no Mineirão, e terminam no dia 17, às 19h15, no Independência.

Financeiramente, a sequência no torneio vale R$ 6,7 milhões no cofre mais o dinheiro da renda da partida da semifinal.

Na rivalidade, além da satisfação do torcedor de poder ver seu time eliminar o maior rival, estará em campo um tabu, pois o Cruzeiro nunca conseguiu levar a melhor sobre o Atlético em confrontos de mata-mata válidos por competições nacionais.

Foram dois confrontos pelas quartas de final da Série A do Campeonato Brasileiro, nas edições de 1986 e 1999, e a decisão mineira da Copa do Brasil de 2014. O Galo sempre levou a melhor e mais do que isso, não perdeu nenhum dos seis clássicos disputados entre os dois rivais nessas disputas.

Mas há algo mais a buscar nesses dois jogos. Nesta década, em que os dois clubes têm a história marcada pela conquista de grandes títulos, com o Cruzeiro sendo bicampeão brasileiro (2013 e 2014) e da Copa do Brasil (2017 e 2018) e o Atlético vencendo Libertadores (2013), Recopa Sul-Americana (2014) e Copa do Brasil (2014), eles já se enfrentaram em oito mata-matas.

E há um empate, pois cada lado levou a melhor quatro vezes. O Galo venceu o mais importante, mas agora a Raposa tem a chance de decretar mais uma “freguesia” ao rival.

Reação atleticana

Os mata-matas entre Atlético e Cruzeiro nesta década têm como marca cada clube mandando sua partida num estádio.

Só o primeiro confronto, a final do Campeonato Mineiro de 2011, não teve essa característica. Com Mineirão e Independência fechados para reformas, por causa das Copas das Confederações (2013) e do Mundo (2014), os dois clubes tiveram de mandar as duas partidas na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, com torcida única.

E o Cruzeiro, que tinha a vantagem, levou a melhor. A partir da decisão do Estadual de 2013, o clássico passa a viver a Era das Novas Arenas. Nessa disputa específica, o placar é de 4 a 3 para o Atlético. Considerando 2011, a década está em 4 a 4.

Com o direito de decidir em casa as quartas da Copa do Brasil, o torcedor atleticano encara isso como uma vantagem. Mas o retrospecto mostra que em quatro dos sete mata-matas entre atleticanos e cruzeirenses, a partir de 2013, em quatro oportunidades o visitante na partida de volta levou a melhor.

É verdade também que isso é quase uma marca atleticana, que fez a festa na casa do rival nas finais do Estadual de 2013, da Copa do Brasil de 2014, e nas semifinais do Mineiro de 2015.

O Cruzeiro levou a melhor sendo visitante no jogo decisivo na final do Campeonato Mineiro deste ano.

Disparidade

A igualdade nos mata-matas entre Atlético e Cruzeiro, a partir de 2011, contrasta com o que aconteceu na década passada, quando os dois rivais também se enfrentaram oito vezes em confrontos de ida e volta, sendo dois pela extinta Copa Sul-Minas e outros seis pelo Campeonato Mineiro.

Período em que o Atlético passou por grave crise técnica e financeira, inclusive com um rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro em 2005, a primeira década deste século foi totalmente dominada pelo Cruzeiro, que venceu sete dois oito mata-matas disputados entre os dois clubes.

O Atlético venceu apenas a final do Estadual de 2007, que ficou marcada pelos 4 a 0 no jogo de ida com o famoso “Gol de Costas” de Vanderlei sobre Fábio.

Mas nos dois anos seguintes, o troco cruzeirense veio com juros e correção monetária, pois as partidas de ida das decisões do Campeonato Mineiro de 2008, ano do Centenário do Atlético, e 2009, foram vencidas pela Raposa por 5 a 0.

Agora, a partir da próxima quinta-feira, estará em jogo também a hegemonia dos mata-matas desta década, que só termina no ano que vem. E mais R$ 6,7 milhões em premiação, a renda de uma partida da semifinal da Copa do Brasil contra Palmeiras ou Internacional e a manutenção ou não pelo Atlético da escrita em confrontos nacionais.

Sem dúvida, serão dez dias inesquecíveis para a maior rivalidade mineira.

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