Ele virou personagem de fama repentina pela entrevista que concedeu após a derrota acachapante por 5 a 1 do Villa Nova para o Tupynambás, na primeira rodada do Campeonato Mineiro. O “corneta educado” João Otávio Souza, de apenas 19 anos, mostrou que dá para criticar o clube do coração separando razão e emoção.

Com um tom forte, mas sem baixar o nível, o estudante de direito e funcionário de uma secretaria da Prefeitura de Nova Lima conversou com a TV Banqueta, um veículo de comunicação da cidade e se tornou uma espécie de símbolo da “cornetada inteligente”.

“Sobre essa fama de um dia está bem engraçado. Lógico que tem gente que critica, algumas pessoas da cidade reclamam, não gostam da gente e são infelizes em algumas ações, mas isso acontece, é normal, não vou agradar a todos. Está sendo bem bacana. Sete horas da manhã eu estava indo para o trabalho e a galera na rua me chamando, bom dia, Hiwry Branquinho, bom dia Ademilson de 44 anos, você está famoso. O que surpreendeu mais ainda não foi só os canais ligados à bola, mas o pessoal das grandes TVs, rádios, isso é bem legal”, contou o jovem, que concedeu entrevistas para grandes emissoras do Brasil, e portais reconhecidos no jornalismo nacional.

Com o pai atleticano e que até tentou fazer do filho mais um aficionado pelo clube alvinegro, João explica que o gosto pelo Villa Nova foi maior. “É, meu pai tentou que eu fosse atleticano, mas eu sou Villanovense”, disse o torcedor, que verá justamente as duas equipes frente a frente no próximo domingo, às 17h, no estádio Independência.

Racional e com críticas pontuais bem definidas, João Otávio não usou nenhum palavrão ao cobrar pulso firme da diretoria do Villa Nova.

“Mantive a compostura, acabei não falando palavrão, porque eu estava triste, com essa sensação de tristeza no coração. Se eu falasse palavrão a entrevista poderia nem ter ido para o ar, maquiar alguma situação. Situação era a pior possível no Villa Nova, continua ruim, mas essa minha atitude ajudou a melhorar, junto com a ação de outros torcedores”, contou.

E sobre a fama repentina, João Otávio atribui à sinceridade que teve ao falar da goleada sofrida pelo Leão do Bonfim ainda na primeira rodada do Estadual.

“Sucesso da minha fala eu atribuo à sinceridade que tive naquele momento, algo que qualquer villanovense falaria também. A gente está lá ano a ano, mas jogador vai embora, pessoas externas, diretores vão embora, mas os torcedores ficam. Foi um sentimento meu e de toda velha guarda do Villa Nova, nova geração de torcedores, o pessoal da Pavilhão Vermelho, todos pactuam do mesmo sentimento”, comentou.

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