Torcedores usam artefatos dentro do estádio e podem prejudicar clubes no STJD

Felippe Drummond Neto - Hoje em Dia
Publicado em 22/09/2014 às 07:29.Atualizado em 18/11/2021 às 04:18.
 (Flávio Tavares)
(Flávio Tavares)

Mais uma vez, a segurança do torcedor de bem foi colocada em risco num estádio de Belo Horizonte pela ação de marginais, que insistem em transformar jogos de futebol em batalhas.

O belo espetáculo em campo, proporcionado pelos jogadores de Cruzeiro e Atlético, esteve longe de ser seguido por parte das duas torcidas nas cadeiras do Mineirão durante o clássico desse domingo (21).

E o resultado deve ser prejuízo para os clubes, assim como aconteceu no confronto pelo returno do Brasileiro ano passado, em 13 de outubro, no Independência, quando Atlético, mandante, e Cruzeiro, visitante, acabaram perdendo mandos de campo por causa de uma pancadaria generalizada entre os cruzeirenses e pelo arremesso de artefatos no setor destinado à torcida atleticana.

No último domingo (21), a confusão foi menor, em relação ao que aconteceu no Horto, ninguém se machucou com gravidade, mas o prejuízo para os clubes, só o julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro, que deve ter a data definida ainda nesta semana, vai definir.

Súmula

O árbitro Marcelo de Lima Henrique relatou os problemas na súmula eletrônica, publicada no último domingo (21) à noite, no site da CBF, o que vai provocar uma denúncia pela Procuradoria do órgão.

Após o segundo gol do Atlético, marcado por Diego Tardelli, aos 41 minutos do primeiro tempo, as organizadas Galoucura, do Atlético, e Pavilhão Independente, do Cruzeiro, fizeram uma troca de bombas no setor em que havia a divisa das duas torcidas. Isso é o que foi descrito pelo árbitro, que teve como base o testemunho do sargento Bárcaro, da Polícia Militar (PM).
 

súmula


A súmula vai de encontro ao que falou o representante da Minas Arena, Rivelli Nunes. Segundo ele, o arremesso de artefatos e o uso de sinalizadores, algo que também aconteceu, mas não foi relatado na súmula, tinha sido feito apenas por atleticanos, com todos os torcedores que praticaram os atos sendo presos.

Ônibus

O diretor de futebol do Atlético, Eduardo Maluf, transferiu a responsabilidade pelo fato, mesmo que indiretamente, para o rival. E ainda reclamou dos problemas que a delegação enfrentou na chegada ao Mineirão.

“Bomba no estádio é problema do estádio. Tem que haver a revista dos torcedores. Vi que foi bomba para lá, bomba pra cá. Tem o policiamento e eles é que precisam resolver. Saímos de uma Copa do Mundo, onde tudo era padrão Fifa, e hoje foi preocupante a nossa chegada. Passamos no meio de cinco mil torcedores, atiraram mais de 200 latas, o ônibus ficou parado, a policia teve que ser firme, soltar gás lacrimogêneo, atirar com bala de borracha. Acho que foi um erro de planejamento da PM, que não pode acontecer depois de ter uma Copa do Mundo aqui, com uma segurança excepcional. Hoje (no último domingo (21)), ela ficou a desejar”, afirmou o dirigente atleticano.

Apesar de Eduardo Maluf questionar a segurança do Gigante da Pampulha, que não impediu a entrada de bombas e sinalizadores no estádio, o fato de o árbitro ter relatado na súmula a participação da torcida atleticana no arremesso dos artefatos deve transformar o clube em réu.

O técnico Levir Culpi também reclamou da ação de alguns torcedores cruzeirenses no momento da chegada do ônibus atleticano ao estádio.

“Nós ganhamos o jogo, mas fiquei decepcionado com o que vi aqui. O ônibus foi apedrejado, a PM teve que agir. O que a polícia tem que fazer? Tem que ser torcida única. Minha filha costuma falar: ‘Pai, acorda que você está no Brasil’, mas é difícil acreditar”, revelou o treinador.

Mais problemas

A diretoria cruzeirense não se posicionou sobre os fatos ocorridos no Mineirão. Mas o clube corre o risco de perder mandos de campo pelo terceiro ano seguido no Campeonato Brasileiro por problemas provocados pela sua torcida.

Antes da pancadaria no Independência, no ano passado, que decretou a perda de dois mandos de campo, em 2012, a punição foi pelo arremesso de objetos no gramado no empate por 2 a 2 com o Atlético, também no Horto. O STJD condenou o clube a disputar quatro jogos a 100 quilômetros de Belo Horizonte.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por