Torcida do América no ponto cego do Independência

Bruno Moreno e Henrique Ribeiro - Hoje em Dia
14/03/2013 às 12:40.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:53
 (Carlos Rhienck/Arquivo Hoje em Dia)

(Carlos Rhienck/Arquivo Hoje em Dia)

A disputa entre o visitante América e o mandante Atlético pela carga de ingressos destinados às suas torcidas no clássico de domingo, no Independência, é mais um capítulo da novela em que se transformou os jogos nos estádios de Belo Horizonte. Dessa vez, porém, os clubes cederam, e o imbróglio foi resolvido rapidamente. Ontem, o Coelho aceitou diminuir o número de bilhetes para seus torcedores, e o Galo concordou que os americanos entrem pela Rua Pitangui.

Assim, os alviverdes ficarão em 2.171 cadeiras da arquibancada superior, no lado da Rua Pitangui, onde a visibilidade é prejudicada por grades. Já os atleticanos terão o restante do estádio à disposição.

O número de entradas disponibilizadas para os americanos corresponde a 10% da carga total, que é de 21.715. O América queria ofertar à sua torcida todas as cadeiras no lado da Rua Pitangui, que somam 7.862 lugares, sendo 5.691 na arquibancada inferior e 2.171 na superior – o setor intermediário, onde ficam os camarotes, não entra na contabilidade da venda avulsa.

A requisição do Coelho tinha como argumento o Contrato de Concessão de Uso da Arena Independência, assinado entre a empresa BWA, administradora do estádio do Horto, e o Governo do Estado.

Apesar de o América ser o proprietário da arena, houve a cessão para o Governo do Estado, por conta do gasto de R$ 150 milhões dos cofres públicos em sua reconstrução. Mesmo assim, o América manteve alguns privilégios. Um deles é a localização de sua torcida nos dias em que jogar no Independência, seja como mandante ou não.

Intervenção do MP

O Atlético queria que os americanos assistissem à partida nas arquibancadas superiores da rua Ismênia Tunes, onde normalmente ficam os visitantes. Lá, eles teriam direito a 10% dos ingressos, como determina o Regulamento Geral da Competições, da Confederação Brasileira, aplicado ao Estadual.

O acordo entre os clubes teria sido feito a pedido do Ministério Público (MP), já que o América não conseguiria lotar todos os setores da Rua Pitangui. Quanto mais renda for gerada no estádio, mais o América e os cofres públicos lucram, pois um percentual do faturamento é repassado a eles.

O pedido do MP tem como base a média de público dos três jogos que o Coelho mandou no Independência neste ano (1.111 pagantes), contra os dois do Atlético no Mineiro 2013 (13.416 pagantes). l

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