Tostão 70 anos: A épica história do ídolo que encantou o Brasil e o mundo no futebol

Guilherme Guimarães
gguimaraes@hojeemdia.com.br
25/01/2017 às 16:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:33

Um verdadeiro craque nunca perde o seu posto, seja dentro ou fora dos gramados. Um dos gênios do futebol brasileiro, Eduardo Gonçalves de Andrade, ou simplesmente Tostão, completa 70 anos nesta quarta-feira (25). Hoje cronista esportivo, um dos ícones do esporte se mantém como referência no mundo futebolístico não só pelos títulos conquistados como jogador, mas pelas crônicas e textos relacionados ao futebol que publica em jornais Brasil afora. 

Maior artilheiro da história do Cruzeiro – 245 gols em 383 jogos -, o canhoto Tostão chegou à Toca da Raposa com 16 anos, após surgir no América, em 1963. A partir dessa data, um dos maiores jogadores do futebol brasileiro começou a escrever sua história no esporte bretão. E são vários os capítulos memoráveis aos quais o jogador aparece como personagem e protagonista.

O Cruzeiro na “Era Tostão” alcançou títulos incríveis com o “Esquadrão Celeste”, formado dentre tantos outros jogadores por Dirceu Lopes, o próprio Tostão, Piazza, Raul,  e Natal. O Cruzeiro venceu o Campeonato Mineiro entre 1965, 1966, 1967, 1968 e 1969, sendo as duas útlimas de forma invicta. Além do memorável e inesquecível título da Taça Brasil de 1966, a primeira conquista nacional de um time mineiro no futebol. 

Naquela ocasião o Cruzeiro venceu o Santos de Pelé em dois jogos: 6 a 2 e 3 a 2, em Belo Horizonte e São Paulo, respectivamente. Tostão fez quatro gols na campanha daquele que hoje é considerado o primeiro título de campeão Brasileiro da Raposa. 

Lesão ocular

Tricampeão Mundial com a Seleção Brasileira, no México, em 1970, Tostão marcou seu nome no futebol em curto período de tempo, e chegou a ser considerado por muitos um dos três melhores jogadores do mundo à época. No entanto, uma lesão ocular o tirou precocemente dos gramados.

Uma bola chutada pelo zagueiro Castañas acertou o olho esquerdo de Tostão, que sofreu um deslocamento de retina. Tempo depois, Ditão, jogador do Corinthians, voltou a acertar o olho do craque, que optou por ser operado em Houston, nos Estados Unidos, sob orientações do médico Roberto Abdalla Moura, para corrigir o problema. À época, Abdalla indicou que o jogador abandonasse a carreira para não ter complicações no olho. Arquivo/Hoje em Dia / 

Medicina

Entre 1975 e 1981 cursou medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Formou-se e exerceu a profissão durante 20 anos, quando decidiu voltar ao futebol e abandonar a área da saúde.

A paixão pela bola falou mais alto e no fim da década de 1990 Tostão se tornou cronista esportivo. Há anos ele publica suas análises futebolísticas em jornais, atualmente escreve na Folha de S. Paulo. 

Além dos textos rotineiros em jornais, Tostão publicou dois livros, o mais recente deles: “ Tempos vividos, sonhados e perdidos: um olhar sobre o futebol”, lançado em 2016. Em 1997 havia publicado Tostão – Lembranças, Opiniões e Reflexões sobre Futebol. Companhia das Letras/Divulgação 

Documentário

No início dos anos 1970, o ex-camisa 8 do Cruzeiro foi personagem principal do documentário “Tostão, a fera de ouro”, produzido por Paulo Laender e Ricardo Gomes Leite. A película conta a história daquele que é tido o maior jogador de todos os tempos em Minas Gerais. 

O início do filme traz um texto emotivo, com imagens de Tostão em ação pela Seleção Brasileira: “Esse aí sou eu. Quando estou jogando, parece que sou outro, não luto só pela vitória, luto principalmente pela alegria que vou encontrar no rosto da multidão”, diz a narração inicial do documentário. 

E no vídeo, o próprio Tostão chega a falar do documentário ao repórter Luis Carlos Alves, à época da rádio Itatiaia. “O filme está indo bem, estou filmando bastante e até o fim do ano está pronto”, comentou.

Durante anos a película do documentário de Tostão ficou “esquecida”. Em péssimas condições, “a fita”, de propriedade da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, foi recuperada e utilizada na abertura do CineFoot – Festival de Cinema de Futebol -, em 2013. O longa-metragem também foi exibido em Belo Horizonte. 

Assista o documentário "Tostão, a fera de ouro" 

  

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