Turbulência: Seleção passa na Copa pelo primeiro momento de contestação na era Tite

Frederico Ribeiro - Enviado Especial
fmachado@hojeemdia.com.br
18/06/2018 às 19:50.
Atualizado em 10/11/2021 às 00:48
 (Arte)

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SÓCH I (Rússia) – Empolgação é mais que uma rima para Seleção: em tempos de Copa do Mundo, é quase sinônimo. Antes da estreia na Rússia, a palavra definia a sensação de boa parte da torcida, justificada pela trajetória que o time comandado pelo técnico Tite traçou desde o início de seu trabalho, há quase dois anos. Dessa maneira, o 1 a 1 com a Suíça, na Arena Rostov, no último domingo, decreta o primeiro momento de turbulência neste grupo, que ainda não sabia o que era contestação.

Essa situação vem justamente no momento em que mais se precisa de tranquilidade, pois a Copa do Mundo da Rússia é o ponto principal e objetivo final de todo o trabalho iniciado com uma empolgante goleada por 3 a 0 sobre o Equador, na altitude de Quito, em 1º de setembro de 2016, quando Gabriel Jesus estreou na Seleção Principal marcando dois gols, e surgindo como o parceiro ideal para Neymar, que fez o outro.

Administrar a frustração da estreia é o trabalho de Tite, da sua comissão técnica e até mesmo dos jogadores mais experientes para que o decepcionante início não gere ainda mais ansiedade para o confronto da próxima sexta-feira, às 9h (de Brasília), contra a Costa Rica, em São Petersburgo. Um jogo onde vencer será fundamental, para que o Brasil entre na última rodada do Grupo E ocupando pelo menos a segunda posição.

AÇÕES

A preocupação em diminuir a pressão já ficou clara logo após o empate com a Suíça, e começou pelo próprio Tite, em sua entrevista coletiva, ao minimizar a reclamação em relação a arbitragem, que foi polêmica em Rostov-on-Don.

“O lance do Miranda é muito claro. E não estou justificando o resultado. Muito claro. Não dá para conceber alto nível dessa forma”, analisou o treinador logo após o empate com os suíços.

Com isso o treinador chama a responsabilidade do momento para ele e para o grupo, o que no meio do futebol é tratado como ideal, pois se perder em reclamações de arbitragem é um passo para o fracasso e até mesmo uma maneira de esconder erros–e eles aconteceram em Rostov-on-Don. Na zona mista, local onde os jogadores passam após as partidas e têm contato com a imprensa, o lateral-esquerdo Marcelo, um dos mais experientes do grupo e capitão da equipe diante da Suíça, revelou a tentativa de argumentação com o árbitro mexicano Cesar Ramos, dentro de campo, mas também uma ordem do comandante Tite no vestiário: encerrar o assunto arbitragem para que não parecesse desculpa pela estreia decepcionante.

REALIDADE

A verdade é que o 1 a 1 com a Suíça gera uma sensação que nem mesmo a derrota por 1 a 0 para Argentina, a única da Era Tite em 22 jogos, num amistoso em junho do ano passado, provocou. Isso porque o peso do jogo contra a rival era infinitamente menor e em partidas anteriores a Seleção já tinha aplicado, pelas Eliminatórias, goleadas inquestionáveis sobre a própria Argentina, no Mineirão, por 3 a 0, em 10 de novembro de 2016, e por 4 a 1, no Uruguai, em pleno Estádio Centenário, em Montevidéu, em março de 2017.

Agora, a situação é bem diferente: o tempo é curto, e a resposta precisa vir já diante da Costa Rica, sensação da Copa de 2014, quando foi às quartas, mas que estará eliminada do Mundial da Rússia se perder para o Brasil na próxima sexta-feira, em São Petersburgo.

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