Eram 45 minutos do segundo tempo, o lateral-esquerdo Dodô faz um cruzamento perfeito, na cabeça do meia-atacante Thiago Neves, que finaliza para baixo, como manda o manual, mas a bola passa raspando a trave esquerda do goleiro Vladimir. Assim, o jogo entre Cruzeiro e Avaí, no Mineirão, pela 33ª rodada da Série A de 2019, que completa exatamente um ano nesta quarta-feira (18), termina empatado por 0 a 0. O resultado rebaixa matematicamente o time catarinense.

Este resultado foi para o Cruzeiro aquele que precede a queda de todo time grande. Os integrantes do G-12, quando são rebaixados, sempre têm aquele jogo que fica marcado como a prova de que não há mais recuperação. Quem viveu este momento no comando cruzeirense, em 18 de novembro de 2019, foi Abel Braga. Dez dias depois, a derrota por 1 a 0 para o CSA, também no Gigante da Pampulha, depois de o time vir de uma goleada de 4 a 1 para o Santos, derrubou o treinador quando a Série B era praticamente inevitável para a Raposa.
Nesta quarta-feira, Abel Braga estará de volta a Belo Horizonte, comandando o Internacional diante do América, às 21h30, no Independência. E este confronto, o de volta pelas quartas de final da Copa do Brasil, pode ter para o treinador o mesmo sabor amargo daquele empate com o Avaí.
O Colorado perdeu a partida de ida, semana passada, no Beira-Rio, em Porto Alegre, por 1 a 0. Assim, precisa de dois gols de diferença, pelo menos, para alcançar as semifinais no tempo normal, ou um para levar a decisão para os pênaltis.
Assim como o empate do Cruzeiro com o Avaí, há um ano, foi o início do fim do trabalho de Abel Braga na Toca da Raposa, uma eliminação diante do América deixará o treinador em situação complicada no Internacional, por mais que tenha assumido o time há pouco mais de uma semana.
Além da derrota para o Coelho, o Colorado, de Abel, perdeu por 2 a 0, no último sábado (14), na Vila Belmiro, pelo Brasileirão, para o Santos, que teve um time recheado de garotos das categorias de base em campo por causa do grande número de casos de Covid-19 no grupo principal.
Sua entrevista, após a partida, caiu como uma bomba e a pressão é enorme. Ele assumiu na vaga do argentino Eduardo Coudet, que trocou o Beira-Rio pelo Celta, da Espanha.
Por outro lado, a classificação significa jogar água na fervura colorada. Assim, o desafio de Abel Braga é ter um 18 de novembro diferente em 2020. O de 2019, a torcida cruzeirense, com certeza, nunca mais esquecerá.