(Flávio Tavares)
Instalar quase oito mil lugares de forma provisória demanda tempo, toneladas de material, cerca de R$ 17 milhões e, mais do que isso, o apoio do Atlético. O interesse do clube mineiro em ver o Independência com 30 mil lugares, entretanto, diminuiu. Mas o Mineirão só está liberado para as fases finais da Libertadores e, sem poder utilizá-lo durante a Olimpíada da Rio-2016, é o Cruzeiro que cresceu o olho para utilizar o Horto nos jogos do Campeonato Brasileiro.
O projeto de ampliação do estádio segue firme na BWA Arenas, que deve tocar a ideia e passar por cima do América, mesmo que o Coelho exiga ser consultado para que o Conselho aprove a ampliação com arquibancadas modulares.
A ampliação, além de agradar o principal parceiro da BWA (Atlético), aumentará a arrecadação em dias de jogos, sendo que 90% da exploração comercial do Independência (à exceção da bilheteria, sempre do time mandante) é dividida entre o consórcio e o Galo. Os outros 10%, entre América e o Estado.
“Não vou criar polêmica, Estou resolvendo internamente, com educação, porque é meu bolso que dói. Eles (América) não podem barrar, não existe essa alternativa. Não é uma ampliação definitiva, precisam ler o contrato”, declara Bruno Balsimelli, presidente da BWA Arenas.
Perguntado se a liberação do Mineirão para a Libertadores poderia atrapalhar os planos de ampliação, ele afirma que instalar as 7.814 cadeiras é uma ideia que vai além deste primeiro semestre de 2016: “Eu não penso a curto prazo, não penso em um evento”.
Discurso forte
No jogo entre Atlético e América, pela Sul-Minas-Rio, o Coelho, mesmo sendo visitante, usou o vestiário e o banco destinados ao mandante. Afinal, ele é o dono do Horto. Portanto, sua diretoria discorda da BWA e reafirma que a instalação provisória é sim uma mudança estrutural do estádio e, portanto, precisa do aval alviverde.
“Instalar um equipamento para um show de música não modifica a estrutura, isso você desmonta com facilidade. Botar uma arquibancada é diferente. Se ela será fixa ou móvel, é outra questão. Qualquer projeto que chegar, será submetido ao Conselho do clube e ver se ele aprova. Se não aprovar, nada feito”, afirma Marco Antônio Batista, um dos nove presidentes do América.
Contrato
Com o Atlético podendo, por contrato, disputar dez jogos por ano no Mineirão, muita gente no clube acha desnecessário o alto investimento para ampliar o Independência.
Neste cenário, ainda surge a possibilidade de o Cruzeiro usar o Horto durante a Olimpíada. Nos bastidores, a informação é de que o presidente Daniel Nepomuceno inclusive ligou para o mandatário cruzeirense, Gilvan de Pinho Tavares, disponibilizando o Independência.
O Minha Casa Minha Vida do futebol mineiro promete ainda muitos capítulos.