Vôlei mineiro em crise: Mackenzie não terá time

Émile Patrício - Do Hoje em Dia
23/07/2012 às 19:23.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:47
 (Alexandre Arruda/CBV)

(Alexandre Arruda/CBV)

O Mackenzie chamou a atenção dos torcedores e da mídia na reta final da última Superliga. O belo trabalho do técnico Ricardo Picinin mostrou a força de jovens e promissoras atletas como as ponteiras Priscila Daroit, Gabi e Thaís e a oposto Ingrid. E também se destacou fora das quadras, com a Miss Luciene Scouto nos principais canais de televisão do país. Só que toda essa repercussão do tradicional clube formador mineiro ficará para trás. O patrocinador majoritário não renovou e o time campeão mineiro em 2010 e atual vice campeão, não participará da competição estadual e ficará de fora, também, da Superliga Feminina desse ano.

A previsão é que o Campeonato Mineiro comece no final de agosto. Segundo o diretor do clube, Luís Tito, mesmo que alguma empresa se interesse, o time não terá tempo para se reestruturar para o início da competição. “Como não sabíamos se haveria patrocínio, liberamos todas as nossas jogadoras. Elas já assinaram contrato com outras equipes e agora, em cima do hora, ficaria muito difícil montar um time. Nós já avisamos a CBV que não teremos condições de participar da Superliga. Mas eu acredito que se surgisse um patrocínio, a Confederação estenderia o prazo para a inscrição sim”, disse Tito. O último dia para a confirmação na competição nacional foi na última sexta-feira e apenas seis equipes confirmaram presença na Superliga 2012/13. Além da equipe mineira, o Vôlei Futuro e o Macaé não formalizaram as inscrições.

Já a Federação Mineira de Vôlei (FMV), está disposta a ajudar. Através de sua assessoria, a entidade afirmou que está disposta a estender o prazo de inscrição e até mesmo adiar o início da competição estadual para que o Mackenzie participe do torneio. Caso realmente não seja possível, a entidade terá que convidar uma equipe de outro estado para a disputa que tem apenas o Minas Tênis Clube e o Praia Clube, de Uberlândia, confirmados.

As jogadoras que alcançaram visibilidade na última temporada no Mackenzie, conseguiram boas propostas. Priscila Daroit, uma das maiores pontuadoras da última Superliga, e Priscila Heldes, foram para o novo time de Campinas, que será comandado pelo técnico da seleção brasileira, José Roberto Guimarães. A jovem Gabi defenderá a Unilever, equipe com mais títulos nacionais, enquanto Lara Nobre foi para o Pinheiros e Letícia Hage para o rival de Uberlândia. O técnico Ricardo Picinin se transferiu para Santa Catarina e está como auxiliar técnico do Brusque.

Vale ressaltar a tradição do Mackenzie em descobrir novos talentos para o vôlei brasileiro. Exemplo é a seleção brasileira feminina de novas, que acabou de alcançar no último fim de semana, o vice Campeonato da Copa Pan Americana, no México, e contou com seis atletas reveladas no time de Belo Horizonte.


Montes Claros não resiste às investigações

Outra equipe mineira que fechou as portas nesta temporada é Montes Claros. Depois de quatro temporadas como um dos principais times do Brasil, a equipe do Norte de Minas não suportou as consequências de uma investigação da Polícia Federal e encerrou suas atividades. O principal patrocinador, o Banco BMG decidiu não mais apoiar e todas as acusações de favorecimento político levaram a equipe a desistir da disputa do Campeonato Mineiro e da Superliga.

A Fundação Nacional de Apoio ao Desenvolvimento Educacional de Montes Claros (Funadem) é acusada de ter recebido verbas irregulares da empresa Stillus Alimentação, do ex-presidente do Cruzeiro Alvimar Perrella. O diretor geral da Fundação, Vítor Oliveira, chegou a ser preso mas já está em liberdade.

O Montes Claros estreou em 2009 e surpreendeu a todos com a conquista do Campeonato Mineiro de Vôlei e chegando à decisão da Superliga no mesmo ano. Desde então o time de vôlei se tornou febre na cidade, ganhou o apelido de “Pequi Atômico’ e a torcida lotou a maioria dos jogos no ginásio Tancredo Neves, que tem capacidade para oito mil lugares.

Antes do início das investigações da Polícia Federal, a equipe já havia contratado alguns reforços, inclusive acertado com o ex-jogador da seleção brasileira, Carlos Schwanke, para ser o treinador. Jotinha, Bob, William Reffatti e Tiago Brendle, estavam apalavrados com o clube e foram dispensados.

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