Velódromo olímpico: fundamental para o esporte, mas com futuro ainda incerto

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
28/10/2016 às 22:35.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:26
 (Graham Watson/UCI)

(Graham Watson/UCI)

Rodrigo Gini
rgini@hojeemdia.com.br

Se o ideal para o esporte brasileiro é que o máximo possível de instalações olímpicas dos Jogos do Rio seja mantido para sediar competições de alto nível, dar a atletas de ponta uma estrutura adequada de treinamento e permitir a formação de novos talentos, uma, em especial, provoca expectativa e ansiedade.

O velódromo montado no Parque Olímpico da Barra (que exigiu a demolição do prédio anterior, usado nos Pan-Americanos de 2007) é o único do país totalmente fechado e desenhado segundo as mais recentes especificações da União Ciclística Internacional (UCI). E embora incluído no plano de legado, depende do sucesso da missão de atrair investidores para a parceria público-privada prevista pela Prefeitura, processo que entra agora em compasso de espera com a sucessão municipal que será definida amanhã, nas urnas. A ideia original é instalar também equipamentos para treinos e competições de boxe e halterofilismo na área interna, usada, no ciclismo, apenas para o aquecimento dos atletas e a manutenção das bicicletas.

O Ministro do Esporte, Leonardo Picciani, aproveitou uma viagem à Ásia e Oriente Médio para encontrar, durante o Mundial de Ciclismo do Catar, o presidente da UCI, Brian Cookson. Acompanhado do presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), José Luiz Vasconcellos, discutiu possibilidades de colaboração e a ideia que ganhou força foi a criação de uma fundação com representantes do poder público, da sociedade e da iniciativa privada e da própria UCI.

Inicialmente, o compromisso do Ministério é de apoiar o projeto para aproveitamento do Parque Olímpico da Barra – em especial do velódromo; da Arena Carioca e da Arena de Tênis –, por meio do programa de alto rendimento. A ideia é garantir que, ao menos em 10 semanas por ano, o ciclismo de pista tenha competições de alto nível no local.

O que preocupa para um país que teve apenas um representante no ciclismo de pista no Rio (o cearense Gideoni Monteiro, no Omnium) é o fato de que a mobilização gerada com o Pan não teve continuidade. A estrutura do velódromo pan-americano foi doada à cidade paranaense de Pinhais, mas até hoje está guardada sob a ação do tempo. E a equipe criada com o apoio da Caloi e do Instituto LiveWright encerrou as atividades em 2013, quando ficou certo que seria necessário demolir a pista original e não havia outro lugar com a mesma estrutura para preparação. O Brasil não está no calendário da Copa do Mundo de Pista 2016/2017 – na melhor das hipóteses, pode receber a competição em 2017/2018. Outra preocupação é com a conservação da pista de 250m, construída com tábuas de pinho siberiano.

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