“Vejo ele na televisão e tem hora que fico anestesiado, sem acreditar que é o meu filho ali.” É desta maneira que, a cada rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, Sr. Messias vê o filho, o atacante Marcelo Toscano, viver com a camisa do América o melhor momento da carreira. Aos 30 anos, ele é o vice-artilheiro da competição, com 14 gols.
Hoje, às 21h, a família estará novamente reunida no sofá da sala para acompanhá-lo pela TV.
No duelo desta noite, contra o Paraná, o Coelho pode garantir-se matematicamente na Primeira Divisão. Atualmente, a probabilidade de o clube obter o acesso é de 99,8%.
Nascido em Areado e criado em Cavacos (distrito de Alterosa), no sudoeste de Minas, o homem-gol do Coelho teve no pai a inspiração para fazer do futebol a sua profissão.
A gratidão por ele é tão grande, que o atacante usou o primeiro salário da carreira, de R$ 1.700,00, para comprá-lo uma Brasília.
“Meu pai nunca me deixou ser jogador por causa do trabalho na roça. Prometi que quando casasse, meu filho teria o meu apoio e poderia realizar o sonho que eu não pude”, conta Messias.
Hoje aos 51 anos, ele trabalha colhendo café e ainda faz bicos de pedreiro na cidadezinha de cinco mil habitantes, na qual criou Marcelo e as três filhas (Gislene, Tatiana e Taiane).
Com a bola nos pés desde o primeiro ano de vida, Marcelo sempre dizia para a mãe, Helenilza, que queria ser um grande jogador no futuro. Apaixonado pelo esporte mais praticado no país, ele acompanhava o pai nas peladas de fim de semana e era o fã número 1 do ‘canhotinho’.
Segundo o atacante do América, a habilidade e a potência do chute de Messias eram impressionantes. Ele atuava de volante e também de zagueiro.
E foi assim, depois de muito observá-lo, que Toscano aprendeu os quesitos que hoje o fazem ser um dos destaques da Segundona e cobiçado por clubes como Atlético, Cruzeiro, Palmeiras e Internacional.
Na próxima semana, quando o América encara o Ceará, no Independência, Messias e toda família virão a Belo Horizonte para festejar com o filho.
Porém, engana-se quem pensa que a viagem será feita de avião ou, quem sabe, um carro importado.
“A gente vai pegar estrada com o meu ‘Uninho’ velho, conta o pai do atacante, às gargalhadas.
TIME DEFINIDO
O técnico Givanildo Oliveira não faz mistério sobre a equipe que entrará em campo contra o Paraná, no Durival Britto.
A única alteração em relação ao último jogo, na goleada por 4 a 0 contra o Vitória, é a volta do armador Tony. Com isso, Diego Lorenzi retorna ao banco.