(Flávio Tavares)
Há tempos atleticanos e cruzeirenses não sentiam tanta segurança embaixo das traves como nos últimos anos. Principais ídolos das duas torcidas, Victor e Fábio, líderes e referências nos grupos de Galo e Raposa, caminham, em lados opostos, para a quarta temporada completa como donos do gol.
A última vez que os rivais mineiros se sentiram tão bem protegidos faz 17 anos. Na década de 90, dois goleiros de Seleção Brasileira rivalizavam nas traves das potências do futebol do Estado. De um lado, Taffarel, contratado em 1995 após conquistar o Mundial de 1994. Naquele mesmo ano, Dida, vindo do Vitória/BA, chegou à Toca para dominar a posição. Ambos se transformaram em ídolos das torcidas, conquistaram títulos e, após se despedirem de Minas Gerais, deixaram lacunas na posição.
Perto da abertura do mercado de transferências, em janeiro de 2016, Atlético e Cruzeiro se encontram envolvidos em especulações. Mas a única posição cortada da lista de desejos de ambos é justamente a de goleiro. Assim, Fábio e Victor continuarão reinando absolutos em 2016.
No atual elenco, Victor é o terceiro com mais jogos pelo Atlético (atrás de Leonardo Silva e Marcos Rocha). Já Fábio possui a maior marca de participações na história do Cruzeiro: 666 jogos.
Enquanto o goleiro alvinegro renovou até 2019, o camisa 1 celeste tem contrato com a Raposa até a metade de 2018.
Vão ou ficam?
No Atlético, alguns jogadores da defesa podem se despedir do clube. O lateral-direito Marcos Rocha nunca escondeu a vontade de se transferir para a Europa. Mas o nome do camisa 2 esfriou bastante, após uma temporada irregular.
Em situação oposta está o zagueiro Jemerson. Destaque do futebol mineiro em 2015, o jovem, 23 anos, é o atleta mais valorizado do clube. Apenas uma oferta de oito dígitos – e em euros – é capaz de tirá-lo da Cidade do Galo.
Outro cotado para sair é o meia-atacante Giovanni Augusto, nome que agrada bastante, por exemplo, à diretoria do Sporting, de Portugal. Entretanto, apesar de ter um elenco fortemente cotado no mercado, o clube alvinegro considerou todas as ofertas baixas.
“Oficialmente, tivemos propostas baixas. Não vou falar em nome de jogador e valores para não especular. O elenco do Atlético está muito valorizado, são jogadores convocados para a Seleção e com premiação individual”, pondera o diretor de futebol do Galo, Eduardo Maluf.
Indefinição
Na Toca da Raposa, após uma temporada turbulenta, o objetivo é colocar o Cruzeiro novamente no trilho dos títulos. O mau momento vivido em 2015 prejudicou até mesmo o assédio em torno dos principais atletas estrelados.
Mesmo sem atuar neste ano, em função de cirurgia no joelho direito, o zagueiro Dedé continua sendo o atleta mais cobiçado no mercado. Mas a diretoria já avisou que conta com seu principal defensor em 2016. Outro que terminou o ano em baixa é o lateral direito Mayke. O jogador também despertava interesses do mercado europeu.
O Cruzeiro está perto de anunciar o meio-campista argentino Sánchez Miño, do Estudiantes, e o atacante Douglas Coutinho, do Atlético Paranaense. Outros nomes estão sendo sondados pelo clube, mas a diretoria adota o tom de cautela em relação a possíveis contratações.