Vivendo em BH, ex-zagueiro do Vasco foi titular no pior 0 a 0 da história do Atlético, em 2005

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
24/08/2018 às 13:50.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:05
 (Reprodução Internet)

(Reprodução Internet)

O empate sem gols com o Vasco, na noite desta quinta-feira (23), deixou o torcedor do Atlético com o gostinho de que poderia ter sido diferente o resultado no Horto, no jogo válido pela 20ª rodada da Série A 2018. A frustração, inclusive, tomou conta também de jogadores e comissão técnica. Contudo, este incômodo placar já causou dor pior aos alvinegros; talvez, a maior da história do clube.

Em 2005, primeiro e único 0 a 0 entre as duas equipes neste século, antes do duelo desta quinta, o prejuízo fora muito maior para os mineiros. Naquele jogo, em 27 de novembro, o marcador em branco resultou na queda atleticana para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro.

Em campo naquele dia com a camisa cruz-maltina, estava um zagueiro que atualmente reside em Belo Horizonte, à espera de um novo clube. Eder Monteiro, de 34 anos, se espantou com a força da torcida atleticana e, acostumado a atuar em estádios com mais de 60, 70 mil pessoas, afirma com todas as letras que jamais viu apoio parecido, antes, durante e após a dolorosa partida.

"O legal foi o ambiente do estádio. Até no Maracanã, onde fiz jogos com 70 mil pessoas, nem lá vivi a sensação que eu tive nesse dia no Mineirão. Lembro que durante a parte de aquecimento e preleção dentro do estádio, a gente conseguia perceber o Mineirão balançando, literalmente. Falo isso com todas as pessoas que converso e tocam nesse jogo. O clima era bem tenso, mas a torcida do Atlético fez festa. Foi uma coisa inesquecível", conta Eder ao Hoje em Dia.

"O fanatismo deles (torcedores do Atlético) me impressionou. Tanto que quando acaba o jogo, a reação de nós, jogadores do Vasco, foi de ir imediatamente para o vestiário, por medo de algum tipo de confusão. Mas foi o contrário. A torcida seguiu incentivando. Me recordo que a maioria dos jogadores do Atlético eram formados no clube, bem jovens.

Até na saída do estádio, a torcida esperou os jogadores para aplaudir e cantar o hino do clube. Foi uma experiência de ver a força de uma torcida, que foi muito legal de se ver", acrescenta.

Ainda de acordo com o zagueiro, titular de Renato Portaluppi naquela tarde, o Vasco não entrou em campo para rebaixar o Atlético. O ano para os cariocas, que foi marcado por eliminações decepcionantes e campanha pífia no Brasileirão, findou com sensação de alívio. O jogo em Minas, inclusive, serviu para terminar a temporada sem derrota.

Romário, que brigava pela artilharia da competição, oferecia "bicho-extra" para quem desse as assistências. Contra o Atlético, quem engordaria a conta bancária seria o lateral Wagner Diniz, que sofreu a penalidade cometida pelos donos da casa. Na conclusão, porém, o Baixinho acabou desperdiçando a chance de chegar ao 23º tento.

"A cada minuto que passava, o nervosismo tomava conta dos jogadores do Atlético. A cada chance perdida e a cada minuto que passava, o desespero tomava conta", finaliza Monteiro.

Ao todo, Galo e Vasco fizeram 62 partidas pelo Campeonato Brasileiro; os mineiros venceram 23, os cariocas 22 e outros 17 duelos terminaram empatados; seis deles sem as redes sendo balançadas.

Uma nova chance

Bastante rodado desde aquele jogo inesquecível no Mineirão, Eder Monteiro, nascido em São Paulo, curte 'férias forçadas' na capital mineira, cidade-natal da esposa, e aguarda por uma nova oportunidade.

Após atuar em Portugal, Grécia, Chipre, Índia e, por último, no Taubaté-SP, ele não vê a hora de entrar em campo novamente. 

Disputar o Campeonato Mineiro pela primeira vez, inclusive, é uma das possibilidades que o despertam grande desejo. Deixar o país novamente, também, não foge da pauta do zagueiro que viu de perto o pior 0 a 0 da história do Atlético.Arquivo Pessoal 

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