Volantes x meias será a marca do clássico mineiro

Alberto Ribeiro e Felipe Torres - Do Hoje em Dia
23/08/2012 às 07:18.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:41

Costuma-se dizer que um clássico é decidido nos detalhes. Por isso, neste domingo, às 18h30, no gramado do Independência, pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro, os torcedores vão acompanhar um verdadeiro jogo de xadrez entre os técnicos do Atlético, Cuca, e do Cruzeiro, Celso Roth.

As peças já estão no “tabuleiro” e fica claro que os comandantes adotarão estratégias bem diferentes. No líder Galo (42 pontos), o esquema de Cuca se baseia na utilização de meias. Tanto que o alvinegro atua com três: Danilinho, Ronaldinho e Bernard. Para completar, muitas vezes, Marcos Rocha troca a lateral pelos setor.

Do lado celeste, Roth aposta em três volantes ao armar seu oitavo Cruzeiro (27 pontos). Mesmo assim, não consegue dar consistência defensiva à Raposa.

Cuca busca o seu primeiro grande título de expressão – só tem dois campeonatos Mineiros e um Carioca no currículo –, mas prova que sabe como ninguém fazer seus times “jogarem bonito”.

E o segredo do sucesso da sua proposta no grupo atleticano passa pela disciplina tática. Enquanto R49 leva a função de dar fluência ao ataque, Bernard e Danilinho caem pelas pontas e esbanjam velocidade. A dupla de baixinhos exerce papel fundamental também na defesa, ao ajudar na marcação pelas laterais.

Marcos Rocha também aparece como “elemento surpresa” no meio-campo. Assim, o matador Jô participa e explora lances em todas as direções do campo.

“O Atlético possui a vantagem do ano que o Cuca completou no comando. Isso não acontecia desde 1991. Ele conhece equipe dele e pode explorar as variações táticas. As posições são bem definidas, um mérito dele”, considera o colunista do jornal Hoje em Dia, Paulo Vinícius Coelho, o PVC, que é comentarista dos canais ESPN.

PROBLEMAS

No Cruzeiro, o cenário é totalmente contrário. Celso Roth já testou oito volantes em busca da formação ideal, mas até agora quebra a cabeça.

Nesses três meses do treinador à frente da Raposa, foram usados no setor Tinga, Willian Magrão, Charles, Leandro Guerreiro, Sandro Silva, Lucas Silva, Marcelo Oliveira e Everton. Somente Leandro Guerreiro se firmou como titular absoluto. A cada partida, uma escalação diferente aparece.

“O Celso, diferente de Cuca, que já conhece o time dele, varia mais. Mexer demais no sistema atrapalha. Mas isso tem a ver com o fato dele chegar em um momento de turbulência, de tantas incertezas. O Roth convive com um período que o Cruzeiro não vivia há tempo”, analisa PVC.

“Tanto pela falta de craques, claro o Montillo é um, mas é muito pouco, tanto pelo momento já citado. Por isso ele fica perdido”, completa PVC.

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