Wagner Pires alega má-fé do Cruzeiro e cita venda da Campestre 2 para contestar clube na Justiça

Guilherme Piu
@guilhermepiu
05/08/2020 às 14:00.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:12
 (Guilherme Piu)

(Guilherme Piu)

Guilherme Piu 

O ex-presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, também pediu à Justiça que o processo movido pela Raposa contra ele seja finalizado. A solicitação do ex-dirigente aconteceu nessa terça-feira, quando Pires de Sá protocolou, na 35ª Vara Cível de Belo Horizonte, sua defesa pela ação que tenta bloquear quase R$ 7 milhões nas contas de ex-cartolas do clube. Além de Wagner, Itair Machado, ex-vice de futebol celeste, e a empresa Futgestão, de propriedade do próprio Machado e sua esposa, também foram citados no processo. 

Os pedidos dos advogados de Wagner Pires de Sá seguem a mesma linha do que já havia solicitado Itair Machado. O ex-VP de futebol do Cruzeiro apresentou sua defesa no dia 28 de julho, como noticiado em primeira mão pelo Hoje em Dia

A Justiça, por meio de decisão da juíza Marcela Maria Pereira Amaral Novais, já havia negado o pedido de "tutela cautelar antecedente" feito pelo Cruzeiro. 

 Segundo documentos obtidos com exclusividade pela reportagem, o ex-presidente Wagner Pires de Sá tenta desqualificar os pedidos do Cruzeiro. 

Pires de Sá pede que "preliminarmente, seja revogada a decisão de concessão dos benefícios da justiça gratuita ao autor (Cruzeiro); que seja indeferida a petição inicial do clube pela ilegitimidade passiva, bem como por sua inépcia, pois, da narração dos fatos, não decorre logicamente a conclusão; que seja mantida a decisão liminar que indeferiu o pedido cautelar do Cruzeiro; que sejam julgados improcedentes todos os pedidos do Cruzeiro, condenando o clube ao pagamento de custas e despesas processuais, honorários suumbenciais e demais taxas", diz parte da defesa do ex-presidente.

Wagner Pires de Sá alega ainda "litigância de má-fé" do Cruzeiro e pede que o clube o indenize por prejuízos sofridos com pagamentos de honorários advocatícios e outras taxas. 

"(...) Que o clube pague multa por litigância de má-fé, com valores a serem revertidos em favor do ora contestante", O Autor, ao deduzir pretensão contra texto expresso de lei e fato incontroverso, ao alterar a verdade dos fatos e ao usar do processo para conseguir objetivo ilegal, como demonstrado na presente peça, age em evidente má-fé, nos termos do art. 80, incs. I, II e III, do CPC, razão pela qual é imperiosa sua condenação ao pagamento de multa, prevista no art. 81 do mesmo diploma legal, m valor superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, bem como a indenizar o ora Contestante pelos prejuízos sofridos, arcando com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou, por questão de Direito e Justiça", pede a defesa do ex-dirigente.

As contestações apresentadas na defesa de Wagner Pires de Sá foram produzidas pelo escritório "Romeu Rodrigues Sociedade de Advogados". E no documento protocolado na Justiça os advogados, no que diz respeito à contestação de justiça gratuita ao clube, aponta que o Cruzeiro está perto de efetuar a venda de um imóvel, que no caso é a Campestre 2, que teve sua alienação aprovada por conselheiros na última segunda-feira.

"Autorizou a venda de imóvel, orçado pelo seu próprio atual Presidente, entre R$13.000.000,00 (Treze milhões de reais) e R$15.000.000,00 (quinze milhões de reais), segundo matéria veiculada em site esportivo especializado, documento anexo, o que corresponde a 1.000 (mil) vezes o valor das custas processuais iniciais, conforme guia anexa", alega a defesa, tentando apontar que o clube tem condições de arcar com as custas do processo.

De acordo com documentos que fazem parte dessa petição, os custos da ação pagos foram apontados em R$ 13.282,39, divididos em custas processuas de 1ª Instância (R$ 1.930,03), taxas judiciárias (R$ 11.301,82) e citação postal (R$ 50,54). Já há um boleto bancário emitido pelo Banco do Brasil, com o vencimento para 24 de agosto e nominal ao Cruzeiro. 

O Cruzeiro

A reportagem procurou o Cruzeiro para ouvir a posição oficial do clube sobre os questionamentos feitos pelo ex-presidente Wagner Pires de Sá. O clube até o fechamento da matéria não havia respondido os questionamentos, mas o espaço está aberto para a resposta da diretoria.

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