Willian alcança recorde no Mineirão e reassume papel de referência no ataque do Cruzeiro

Clarissa Carvalhaes
ccarvalhaes@hojeemdia.com.br
09/05/2016 às 21:47.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:21
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Um vídeo publicado por Jornal Hoje Em Dia (@jornalhojeemdia) em

 O primeiro e único gol do atacante Willian em 2016 valeu a artilharia isolada no novo Mineirão. Na última quinta-feira (5), o camisa 9 do Cruzeiro superou o ex-companheiro Ricardo Goulart e tornou-se o maior goleador do Gigante da Pampulha após a reforma para a Copa do Mundo de 2014.

Em entrevista ao Hoje em Dia, o atacante admite a alegria pela marca, mas garante que o foco, naquela noite, era a classificação celeste sobre o Campinense, pela Copa do Brasil. Com o time pressionado, Willian terá novamente a missão hoje, às 21h30, contra o Londrina, na partida de ida pela segunda fase.

“Fazer gol é sempre bom, mas nós precisávamos seguir na competição. Entrei em campo pensando nisso, que tinha que ajudar a equipe. Estamos sempre sendo cobrados, e carrego o peso de ser uma referência no ataque. O meu objetivo ali era vencer, mas ter alcançado essa marca foi muito especial e importante pessoalmente”, afirma.

Dos 34 gols feitos pela Raposa desde a chegada, em 2013, o Bigode destaca três dentre os marcados no Mineirão que considera inesquecíveis: contra Grêmio (Brasileirão de 2013), Figueirense (gol de placa na estreia de Mano Menezes) e no clássico contra o Atlético. (Leia conteúdo exclusivo a seguir)

O que não dá para esquecer, garante o jogador, são os tentos perdidos. Alguns, na verdade, são ainda mais inesquecíveis. “Desses, eu me lembro muito bem”, conta, aos risos. “O gol que perdi contra o São Paulo, meu Deus! Foi inacreditável! Mas isso também faz parte, né? Também estou aí para isso, e prefiro acreditar que os torcedores têm mais lembranças positivas do que memórias dos gols que perdi”, ameniza.

Para quem vira e mexe vai ao estádio empurrar o time, Willian deixa o recado. “Eu gosto de todas as músicas que a nossa torcida canta, mas tem uma que ficou marcada. Gosto muito quando cantam ‘nós somos loucos, somos Cruzeiro’. E também aquela que o estádio todo canta ‘zêêêêro’ e depois assovia”, cantarola o artilheiro.

“Mas independentemente do que estão cantando, sempre que entro em campo e vejo a torcida gritando e torcendo, eu me inspiro. Dá um ânimo grande, sabe? O apoio da torcida é sempre um respaldo para a gente lutar”.

Ficha Técnica

Londrina: Marcelo Rangel; Bidía, Silvio, Luizão e Paulinho; Anderson, Júlio Pacato, Netinho, Bruno Batata e Paulinho Moccelin; Wellisson TÉCNICO: Cláudio Tencati

Cruzeiro: Fábio; Lucas, Léo, Bruno Rodrigo e Sánchez Miño; Lucas Romero, Henrique, Elber, Matías Pisano e Allano; Willian TÉCNICO: 
Geraldo Delamore (interino)

Data: 10 de maio Horário: 21h30 Local: Estádio do Café, em Londrina (PR) Arbitragem: Marcio Henrique de Gois, auxiliado por Marcia Bezerra Lopes Caetano E Alex Ang Ribeiro (SP) Transmissão: ESPN, FOX SPORTS E SPORTV

Motivo: Jogo de ida da segunda fase da Copa do Brasil

 Em onze meses o Cruzeiro passou por importantes transformações, uma delas é o quesito técnico: vocês tiveram o Marcelo Oliveira como treinador, depois o Luxemburgo, mais tarde o Deivid foi interino até que Mano Menezes assumisse por poucos meses. A vaga foi, então, efetivamente assumida pelo Deivid até sua demissão há poucas semanas. Essas mudanças, indecisão e indefinição para escolher um novo nome interferem até que ponto a atuação de vocês?​

Isso afeta a todos. Tanto no dia a dia de nós jogadores, no nosso ambiente, quanto na vida do torcedor. A torcida, veja bem, às vezes não fica feliz com a vinda de algum treinador, mas nós, como funcionários, sempre abraçamos a ideia e fazemos o melhor. O problema é que com todos esses nomes as coisas simplesmente não aconteceram. Eu comecei o ano de 2016 com o desejo de ser campeão na Liga e no Mineiro, mas não deu. Dos 14 jogos que o Cruzeiro disputou eu joguei somente cinco porque me machuquei.

Eu espero que o novo treinador possa realmente entender o perfil do nosso grupo. É uma equipe jovem com a qual ele vai ter que saber lidar e ao mesmo tempo vai ter que cobrar. E essa cobrança deve ser tanto dos mais velhos, como dos mais jovens, desses aliás, ainda mais porque às vezes aos 18, 20 anos a gente não tem dimensão do que é jogar em um time grande como o Cruzeiro e, às vezes, automaticamente, nos acomodamos. Eu posso falar sobre isso porque já aconteceu comigo.

O que eu espero é que esse novo técnico possa resgatar nosso grupo e entenda a grandeza do Cruzeiro. Espero que ele nos ajude a dar sequência na Copa do Brasil, nos permita retomar o bom futebol e nos ajude a conquistar nosso objetivo que é ser campeão.

 Durante coletiva de imprensa o Delamore afirmou que o "fator emocional" interferiu diretamente no último jogo (contra o Campinense). E nesta terça contra o Londrina? Vocês estão preparados para entrar em campo?

Claro, estamos preparados e vamos honrar a camisa. Conseguimos passar pelo Campinense e ainda sim fomos cobrados pelo torcedor. A gente sabe que futebol é assim e isso é muito difícil. No domingo você é muito bom, mas na quarta nem tanto. A gente entende o lado do torcedor e não vai faltar entrega. A gente sabe que tem entrar para ganhar para depois não ter que ficar correndo atrás de resultado igual louco aqui no Mineirão.


Você tem se tornado o embaixador de crianças com necessidades especiais. Meninos que precisam de ajuda como o Matheus e o Romerinho. Nesses dois casos, especialmente, você ficou visivelmente emocionado dentro de campo ao encontrá-los. Como se sente com essa escolha? 

Eu fico feliz por essa aproximação. Tem uma coisa que eu aprendi com o meu pai: independentemente do meu sucesso, tanto na vida profissional, como na vida financeira. Não importa se eu estiver em uma situação melhor, ter um carro mais bonito ou uma casa, não importa: eu nunca devo mudar o meu caminhar. Ele fala 'nunca deixe de andar o seu andado. Se um dia isso acontecer não vou ser mais seu pai'.

Então, eu sempre tentei e tento fazer o bem. Entregar amor às pessoas porque esses são os princípios de Deus. Sei que sou uma pessoa pública, reconhecida e valorizada. Eu consegui conquistar o respeito e a confiança do torcedor e sei que sou uma referência importante para quem precisa de ajuda. 

Quando eu entrei com o Matheus me emocionei por tudo o que ele vive. O menino entrou em campo e não enxergava nada e mesmo assim estava feliz. Eu fiquei emocionado. Com a história do Romerinho também. Felizmente as coisas estão ganhando a proporção devida. Eu fico feliz por ajudar. 

Assista aos grandes gols marcados por Willian com a camisa celeste:

  

  

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