Willian e Luan superam lesões para colocar mineiros na final

Frederico Ribeiro / Henrique André - Hoje em Dia
07/11/2014 às 09:29.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:56
 (André Brant - Flávio Tavares / Hoje em Dia )

(André Brant - Flávio Tavares / Hoje em Dia )

Na história bíblica, a costela aparece como parte sagrada do corpo e ajuda a explicar a origem da vida humana. Na Copa do Brasil, ela também representou a sobrevivência dos times mineiros. Se Deus criou Eva após retirar uma costela de Adão, Atlético e Cruzeiro conseguiram a vaga na final do torneio após recuperar de lesão nessa mesma região os atacantes Luan e Willian, heróis das semifinais.   A dor une os dois jogadores, autores dos gols da dupla classificação mineira para a grande decisão. Pelo Galo, Luan vinha de uma contusão sofrida justamente diante da Raposa no clássico pelo returno do Campeonato Brasileiro. O camisa 27 fraturou dois ossos e retornou de forma surpreendente. Até esta sexta-feira (7), ele atua com dores. Mas, com nervos de aço, voltou a atuar com emoção para anotar o quarto e salvador gol diante do Flamengo.   “Estar jogando é sempre bom. Ajudar o Galo é muito bom. Não quero ser poupado. Quero ao menos incentivar os companheiros a conseguir o resultado. Não importa costela quebrada ou outras contusões. O importante é se doar pelo time”, declarou o Menino Maluquinho do Galo.   Já Willian sofreu fissuras em duas costelas na primeira partida contra do Santos pelo mata-mata, quando já havia marcado o gol solitário da vitória. Em apenas uma semana, ele se colocou novamente à disposição e, apesar da dificuldade em respirar, foi o nome do jogo na Vila Belmiro. Nada que impedisse o “bigode grosso” de marcar dois gols decisivos e empatar o jogo com o Peixe.   Na volta a Belo Horizonte, o camisa 25 foi a grande atração no desembarque do elenco celeste. No aeroporto, Willian foi cercado por torcedores e pela imprensa, que queria ouvir as palavras do herói, que evitou o rótulo.   “Foi especial, me senti muito bem, não doeu muito (as costelas). Estou me sentindo super bem, me preparei super bem e conseguimos a classificação para a final, junto com os companheiros. Herói é Deus. Fico feliz por ter honrado o time. Fiz tudo para ajudar”, afirmou Willian, ainda no Aeroporto Internacional de Confins.   DORES NO PÚBIS   Willian não enfrentou apenas o incômodo nos ossos. O jogador também entrou em campo sentindo a região do púbis, uma das lesões mais temidas pelos jogadores. Contudo, essas dores eram menos graves e não atrapalharam o atleta na partida.   Segundo o médico do Cruzeiro, Sérgio Freire Júnior, o fato de o jogo ter sido na chuva aumentou a preocupação com as condições do atacante. A fissura na costela, por exemplo, fica mais exposta a choques pelas condições do gramado. “Às vésperas dessa partida, as dores no púbis não eram tão sérias. O principal problema foi mesmo a fissura na costela. Mas é um fato que a gente trabalha de acordo com a carga de trabalho e as condições esperadas para a partida”, afirmou o especialista.   GARGANTA ‘INFLAMADA’   Pelo Atlético, Luan sentiu como poucos as provocações da imprensa e da torcida carioca, que haviam ironizado a “freguesia” alvinegra para o Flamengo. O jogador estava com “sangue nos olhos” para eliminar o rival, que estava entalado na garganta.   “Pedi ao Levir (Culpi, técnico) para continuar no time. Ainda sinto um pouco de desconforto. É um jogo que vai ficar marcado para a história. Eu estava entalado. Fiquei a semana inteira pensando só no jogo com o Flamengo. Esse confronto foi a oportunidade que eu tive de mostrar que posso jogar os 90 minutos e ajudar os meus companheiros”, destacou.   Tardelli é suspenso por quatro jogos pelo STJD   Depois de o Atlético surpreender o Flamengo no Mineirão ao reverter a desvantagem na Copa do Brasil, os advogados do clube é que foram surpreendidos no julgamento de Diego Tardelli. O atacante foi punido, nessa quinta-feira (6), com quatro jogos de suspensão no Campeonato Brasileiro pelas ofensas contra o árbitro Elmo Resende no empate com o Bahia, em Salvador.    O departamento jurídico do Atlético esperava uma pena branda, de apenas suspensão automática por uma rodada. Contudo, enquanto não elabora o pedido de recurso contra a decisão da Quinta Comissão Disciplinar do STJD, o clube perderá seu principal jogador na reta final do Brasileirão. A punição não abrange as finais da Copa do Brasil.    O camisa 9 foi enquadrado no artigo 243-F do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, por “ofender alguém em sua honra”. O Galo ainda terá que pagar R$ 10 mil de indenização.   CONTRATO SUSPENSO   Como prometido, a diretoria alvinegra anunciou nessa quinta a medida adotada no caso do afastamento de Emerson Conceição, André e Jô. O trio terá o contrato com o Atlético suspenso por 30 dias, prazo máximo permitido pela legislação trabalhista.   Apesar de ter dívidas salariais com alguns jogadores, o clube ainda pode cobrar eventuais prejuízos causados ao Galo pela falta de disciplina dos atletas citados – eles já foram notificados da suspensão de seus vínculos.   Na Cidade do Galo, os titulares na partida contra o Flamengo trabalharam na academia. Nesta sexta-feira (7), eles voltam ao CT de manhã para viajarem à tarde para São Paulo, onde enfrentam o Palmeiras no sábado.

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