Zombou e não se espelhou: Cruzeiro faz caminho inverso feito pelo Atlético quando disputou a Série B

Alexandre Simões
@oalexsimoes
09/10/2020 às 10:38.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:45
 (Atlético/Divulgação; Bruno Haddad/Cruzeiro)

(Atlético/Divulgação; Bruno Haddad/Cruzeiro)

Há 15 anos, o torcedor do Cruzeiro entrava em estado de êxtase com o rebaixamento do arquirrival Atlético para a Série B do Campeonato Brasileiro e, vivendo momento de calmaria, jamais imaginava que o mesmo fosse acontecer com o time celeste menos de duas décadas depois. Contudo, ao invés de tomar o alvinegro como referência, após a queda em 2019, a diretoria da Raposa segue caminho diferente em 2020 e vê a volta à elite da competição mais importante do país ser realidade distante.

Mas o que, de fato, o Cruzeiro deveria ter se inspirado no Atlético? Para começar, a diretoria atleticana desapegou do passado. Ao contrário do que faz o rival nesta temporada, os medalhões do rebaixamento deixaram o clube e não um time "com a cara da Série B" foi montado. Apostando em pratas da casa e num grupo jovem - preenchido com alguns atletas experientes, mas buscando holofote -, o Galo formou um time base, no qual a escalação ficou na ponta da língua.

Diego Alves, Luisinho Netto, Daniel Marques, Marcos e Thiago Feltri; Rafael Miranda, Márcio Araújo, Bilu e Marcinho; Éder Luís e Marinho. Além deste onze, Levir Culpi ainda contava com boas peças de reposição, como o veloz Danilinho, o cria da base Tchô, o atacante Galvão e outras.

A única troca de treinador aconteceu com a queda de Lori Sandri para a chegada de Levir Culpi, comandante com identidade no clube e que tinha estilo agressivo e ousado de jogo. Na época, o curitibano chegou ao clube como quase unanimidade, na oitava rodada do primeiro turno. Na Toca II, em 14 jogos feitos, o clube já teve Enderson Moreira e Ney Franco, que vive momento de grande pressão,até pela rejeição da torcida ao seu nome quando da sua contratação.

Apesar da amarga 14ª colocação, na 12ª rodada, o alvinegro conseguiu se reerguer e, consistente, fazer um voo tranquilo ao título. No final das 38 rodadas, foram 71 pontos alcançados, com 20 vitórias, 11 empates e apenas 7 derrotas.

Curiosamente, com 14 rodadas disputadas até o momento nesta edição da Série B, o Cruzeiro já soma o mesmo número de derrotas que o rival acumulou em toda campanha de 2006, sem identidade e sem que o torcedor saiba fechar os olhos e falar quem são os 11 que iniciam os jogos. Nesta mesma rodada, o Atlético era o oitavo colocado. Hoje, a equipe celeste amarga a 18ª.

Mesmo com toda crise financeira que assola a Raposa, nada apaga que o planejamento para disputar a Segunda Divisão não foi bem feito. Acreditar que a força da camisa e as conquistas de um passado recente seriam suficientes para recolocar o clube na Série A, talvez, tenha sido o erro mais grave.

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