Esquema de sonegação de impostos de joias de alto padrão em Minas escondeu ao menos R$ 50 milhões

Da Redação*
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21/12/2021 às 14:29.
Atualizado em 29/12/2021 às 00:35
 (Banco de imagens/ Freepik)

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Uma operação de combate à sonegação de impostos no setor de indústria e comércio de joias de alto padrão, apelidada de “Brilho das Estrelas”, chegou, na manhã desta terça-feira (21), a uma joalheria com sede em Uberaba, no Triângulo.

Conforme as investigações, estima-se que, nos últimos cinco anos, tenham sido sonegados mais de R$ 50 milhões em operações de compra e venda, incluindo a comercialização de peças em leilões.

Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Um no endereço onde funciona a empresa e outro na residência dos proprietários. De acordo com as investigações, a joalheria ainda tinha filiais nos Estados Unidos e nos Emirados Árabes.

A ação é realizada pela Receita Estadual e Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Coordenadoria Regional das Promotorias de Defesa da Ordem Econômica e Tributária do Triângulo e Noroeste.

A Receita Estadual acredita que o valor da sonegação pode ser ainda maior. Ao que tudo indica, quase todas as entradas e saídas de pedras preciosas e, principalmente, de ouro se deram de forma clandestina, sem notas fiscais. 

Segundo o superintendente regional da Fazenda em Uberaba, Gustavo Antônio dos Santos, a contradição entre as realidades social e tributária da empresa chamou a atenção do Fisco Mineiro durante as investigações.

“No mundo social, a empresa se apresenta de maneira pujante, com muito sucesso e glamour, mas na área tributária é mera ficção, se passando por uma empresa de pequeno porte, incluída no Simples Nacional. Um forte indício da existência de um esquema de sonegação levou a Receita Estadual a agir”, resume.

Segundo as autoridades, nome da operação, “Brilho das Estrelas”, vem do público-alvo da joalheria. No geral, eram celebridades e pessoas com alto poder aquisitivo, sobretudo, mulheres. Dentre os clientes apresentados no site, propagandas e reportagens estão grandes personalidades e estrelas do show business nacional e internacional.

Material apreendido

Todo o material apreendido durante o cumprimento dos mandados será auditado para se estabelecer o valor real dos impostos sonegados a serem ressarcidos aos cofres públicos. As provas das irregularidades serão anexadas ao processo por crime contra a ordem tributária. Além disso, os envolvidos no esquema podem responder ainda por formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A operação contou ainda com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberaba e teve a participação de três promotores de Justiça de Minas Gerais, 16 auditores fiscais da Receita Estadual e 13 policiais militares.

*Com Agência Minas

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