O tribunal de crimes de guerra das Nações Unidas para a ex-Iugoslávia sentenciou nesta quarta-feira (12) o ex-general servo-bósnio Zdravko Tolimir à prisão perpétua, após considerá-lo culpado por genocídio. Tolimir foi considerado o "braço direito" do comandante militar dos sérvios da Bósnia, o general Ratko Mladic, por sua vez o arquiteto do assassinato de oito mil muçulmanos eslavos, ou "bosniacos", na cidade de Srebrenica em julho de 1995, no leste da Bósnia. O massacre de Srebrenica ocorreu durante a Guerra da Bósnia (1992-1995).
"O acusado não apenas tinha conhecimento total das intenções genocidas dos outros, como compartilhava delas", disse o promotor Christoph Fluegge. "Ele é responsável pelo crime de genocídio".
Mulheres que perderam seus maridos, pais e filhos na matança, a pior a ocorrer na Europa desde a II Guerra Mundial, foram de Sarajevo a Haia assistir à condenação de Tolimir. "Nós ainda estamos vivas para testemunhar aquilo que ocorreu e ainda buscamos pelos ossos dos nossos filhos", disse Munira Subasic, líder do grupo chamado Mães de Srebrenica.
Tolimir, atualmente com 64 anos, é o último ex-comandante dos sérvios da Bósnia a ser condenado por genocídio. A guerra, que durou entre 1992 e 1995, também envolvendo a Croácia, deixou 100 mil mortos. Tolimir foi condenado em sete acusações de genocídio, crimes contra a humanidade e assassinato. Ele foi inocentado da acusação de deportar civis.
Mladic e seu mentor, Radovan Karadzic, ainda estão em julgamento em Haia. Os dois também são acusados de serem mentores do massacre de Srebrenica, genocídio e deportação, entre outros crimes.
O exército irregular dos servo-bósnios invadiu o enclave de Srebrenica, onde estavam refugiados civis muçulmanos eslavos, em julho de 1995. As tropas holandesas das Nações Unidas, que ocupavam Srebrenica e deveriam defender os civis, não fizeram nada. As mulheres e meninas foram retiradas do local por milicianos sérvios, enquanto todos os meninos e homens foram reunidos e executados. Os corpos foram sepultados em valas coletivas.
As informações são da Associated Press.