Ex-prefeito de Pirapora reconquista aliada

Ezequiel Fagundes - Hoje em Dia
18/01/2015 às 09:37.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:42
 (Guilherme Dardanhan/ALMG)

(Guilherme Dardanhan/ALMG)

Quatro anos depois de romper com o grupo político do ex-prefeito de Pirapora Warmillon Fonseca Braga, recém-liberado da penitenciária Nelson Hungria após cumprir um ano e quatro meses de prisão preventiva, a ex-vice-prefeita e atual vereadora Djuliane Vieira (PMDB) retomou a aliança com seu antigo desafeto. Vereadora de oposição ao atual prefeito, Léo Silveira (PSB), eleito com o apoio de Warmillon, Djuliane trocou de lado na semana passada. De olho em um terceiro mandato de vice, a peemedebista aceitou convite de Silveira e assumiu o comando da Secretaria de Educação da cidade.   Indagada sobre um possível constrangimento por causa da debandada, ela declarou: “Tenho um projeto político, penso ser vice-prefeita outra vez. Fui para a secretaria para ter mais visibilidade”. Ex-secretário de Administração e Finanças nas duas administrações de Warmillon, Silveira, que tentará a reeleição em 2016, só conquistou o primeiro mandato graças ao apoio logístico do ex-prefeito e empresário.   Warmillon foi beneficiado por um habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça (TJ) de Minas. Com a decisão, ele deixou a Nelson Hungria em 6 de novembro para cumprir prisão domiciliar em Pirapora. Pelas regras, não pode sair de casa. O ex-prefeito de Pirapora estava preso desde julho de 2013, quando foi desencadeada a Operação Violência Invisível, da Polícia Federal (PF), com o intuito de barrar uma organização criminosa responsável por rombo de R$ 70 milhões a partir de licitações fraudulentas.   Na semana passada, Djuliane deixou a oposição e foi empossada no primeiro escalão de Pirapora. Agora, ela sustenta que Silveira rompeu com Warmillon. “Acabamos com as divergências políticas para fazer uma aliança para ajudar a cidade”, alegou a nova secretária de Educação.   Em 2011, o então prefeito Warmillon e Djuliane, que na época era vice, se tornaram inimigos políticos daqueles que nem se cumprimentam. Nessa época, ele baixou um decreto sem aviso prévio determinando o corte do próprio salário e da vice sob a alegação da “grave crise mundial”. Empresário de vários segmentos e com patrimônio milionário, o salário não fazia falta para ele. Já para Djuliane, servidora concursada da prefeitura, o rendimento mensal era essencial. Com o bolso vazio, ela chegou a cogitar entrar com um mandado de segurança para reverter os efeitos do decreto.   Improbidade   Conhecido como prefeito itinerante, Warmillon é réu em dezenas de processos por improbidade administrativa, corrupção e enriquecimento ilícito. Durante 16 anos seguidos ocupou as cadeiras de prefeito nas cidades de Pirapora e Lagoa dos Patos, no Norte de Minas.   Durante esse período, viu seu patrimônio saltar de R$ 5 milhões para R$ 30 milhões, segundo declaração de renda entregue à Justiça Eleitoral. Ao concluir os dois mandatos em Lagoa dos Patos, ele transferiu o domicílio eleitoral para a vizinha Pirapora, onde foi eleito e reeleito totalizando quatro mandatos consecutivos. Por conta desse tipo de manobra, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a prática em agosto de 2012.

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