
como preferir – vem arrebanhando adeptos. É gente que faz do “botar a mão na massa” mais do que força de expressão, mas fonte de economia, terapia alternativa contra o estresse ou caminho mais curto para realizar os próprios projetos.
Seja transformando um objeto quebrado ou sem uso, seja repaginando um móvel velho ou construindo algo, o que importa mesmo é eliminar a interferência de terceiros ou, melhor, usá-la somente quando o objetivo for reunir inspirações.
Em Belo Horizonte, a criativa Adriane Ribeiro Carvalho Coelho, de 33 anos, acabou conhecida nas rodas de amigos pela habilidade para trabalhos manuais. “Todo mundo fala que sou pau para toda obra. E se alguém precisa de algo, faço com o maior prazer”, avisa.
Das criações que saíram de dentro de casa estão uma mesinha feita com tampo encontrado num “ferro-velho” e pé de máquina de costura e uma jardineira – “herdada” pela mãe – de pallets.
A mais nova empreitada da moça, no entanto, teve uma mãozinha virtual, revela Adriane, que ensaia abrir uma empresa de decoração para festas. “Baixei um aplicativo e fiz sozinha o projeto de decoração do meu apartamento novo. Queria que fosse do meu jeito. Gosto de resolver minhas coisas”, diz, ansiosa pela mudança.

A seu tempo e gosto
Gostar de fazer tudo no próprio tempo e conforme o gosto pessoal é também o que motiva a empresária Caroline Kerbidi, de 32 anos, a criar o que deseja ter. Em cada canto do apartamento dela, que é de BH, mas vive no Rio de Janeiro com o marido e a filha de 3 anos, um carimbo especial, totalmente personalizado.
“Customizei uma geladeira velha e transformei em armário, pintei algumas paredes da casa de forma bem diferente, reformei uma cadeira de corino que estava bem gasta e ficaria cara se fosse pagar o conserto e também costumo fazer meus colares”, enumera, tentando resumir a lista.

Quando pinta uma dúvida, ela entrega: recorre à internet. Aliás, é o mundo virtual um dos grandes responsáveis por alimentar a “geração maker”, ao lado da moda e da tendência por sustentabilidade, avalia a orientadora dos cursos de Moda do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em Minas, Flávia Gruppi.
“Antigamente, fazer por si só era mais por uma questão de valor, por economia, e as peças tinham cara de recicladas, de peças de reaproveitamento. Hoje não. As pessoas olham e aquilo remete à modernidade, atualidade. Não é simplesmente a reciclagem, a reforma em si, mas uma terapia de certa forma, o valor de ter algo que você mesmo fez”, avalia a especialista.
“A internet é, sim, a grande porta para essa possibilidade de criar sozinho. Mas acho que, no fundo, tem mais a ver com a personalidade da pessoa, porque o conteúdo está aí para todo mundo.
Ainda que tenha muita gente fazendo, é o tipo de coisa que faz mesmo quem gosta de verdade” - Caroline Kerbidi - faz tudo o que deseja e está prestes a abrir grife de roupas
pode virar ofício e render grana extra
De um lado, uma exímia bordadeira, que herdou o talento da mãe e da avó. Do outro, uma admiradora da arte de criar com as mãos, que planejava um negócio próprio. Amigas que se encontraram para transformar a habilidade de produzir bolsas, acessórios e roupas customizados numa forma de ganhar dinheiro. Assim nascia a Anja Serafina, grife belo-horizontina lançada há duas semanas.
Formada em relações públicas, Laura Barreto, que atualmente trabalha como hostess do Atmosphera Mocca Coffee and Meals, em Nova Lima, na Grande BH, é a parte da dupla que precisou aprender o dom do “faça você mesmo”. Em um mês, graças aos inúmeros tutoriais disponíveis na internet, tornou-se expert em manejar agulha e linha. Foi também em tempo recorde que ela e a amiga, Berta Birsmarker – dona da marca de acessórios de noiva que leva o nome dela –, prepararam o acervo do negócio novo: cerca de 50 peças, dentre carteiras, bolsas e jaquetas personalizadas.
A ideia é que a cliente leve para casa um produto totalmente exclusivo, com cara de que foi feito por ela mesma. “Reutilizamos fechos, botões, retalhos, tudo para criar peças 100% customizadas, com a personalidade de cada cliente”, enfatiza Laura, reforçando a ideia da bordadeira-nata, Berta Bismarker. “Assim como já acontece no meu trabalho com as noivas, na Anja criamos, recriamos e customizamos no formato que elas desejam”, diz.
Quer fazer algo também? Preparamos três dicas super fáceis! Confira:

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