Força ofensiva valoriza passe colombiano

Mamede Filho - Hoje em Dia
01/07/2014 às 07:31.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:12
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Boa parte dos mineiros torceu o nariz quando o sorteio dos grupos da Copa do Mundo colocou a Colômbia como a cabeça de chave que mandaria o primeiro jogo do torneio em Belo Horizonte. A frustração era justificável. Afinal, ninguém poderia imaginar, naquela época, que uma seleção de pouca tradição e sem grandes estrelas internacionais se tornaria a sensação até o momento do torneio mais importante do futebol.

A desconfiança se transformou em euforia com a vitória convincente diante da Grécia, por 3 a 0, e a primeira impressão sobre aquele time seria confirmada pelos números na sequência do Mundial.

Além de se manter com 100% de aproveitamento, o adversário do Brasil no duelo pelas quartas de final, na próxima sexta-feira (4), em Fortaleza, tem o segundo melhor ataque do torneio, com 11 gols em quatro partidas, e uma das melhores defesas, com apenas dois sofridos.

O grande astro dos Cafeteros, James Rodríguez, é também o artilheiro e melhor jogador da Copa até o momento, o que aumenta ainda mais a esperança de quem sonha em acordar no sábado com uma inédita classificação às semifinais. Mas muito se engana quem imagina que tudo se resume à fase iluminada de apenas um jogador.

Estímulo

A campanha até agora irretocável no Brasil é uma surpresa até para os próprios colombianos. Tudo por conta de uma notícia que abalou a confiança de todos ainda em janeiro. O atacante Falcao García, grande astro da companhia, sofreu uma grave lesão no joelho e se transformou em uma das principais ausências do Mundial.

Mas o que parecia ser um forte baque, acabou servindo de combustível para os Cafeteros. O argentino José Pekerman, que comanda o combinado colombiano, encontrou uma maneira de amenizar a perda de seu principal jogador, e a equipe responde em campo a tudo que é pedido pelo treinador.

A principal qualidade da Colômbia está na força ofensiva. Os dois laterais – Zúñiga, pela direita, e Armero, pela esquerda – são importantes armas para servir aos atacantes Teófilo Gutierrez e Jackson Martínez, acostumados a jogar na área, mas que também sabem voltar para buscar a bola.

Na armação, James Rodríguez conta com o inestimável apoio de Juan Cuadrado, outro destaque da Copa do Mundo. Os dois meias não se limitam a um setor do campo e trocam de posição frequentemente, confundindo a marcação adversária.

Um dos grandes segredos da seleção colombiana está na conhecida mescla de juventude e experiência. O goleiro Ospina, de 25 anos, por exemplo, disputa seu primeiro Mundial, mas conta com o apoio do veterano Mondragón, que completou, recentemente, 43 e esteve presente nas Copas de 1994 e 1998. Receita que até agora tem se mostrado ideal para uma equipe que não parece disposta a abrir mão com facilidade dos seus sonhos.

Cafeteros tentarão derrubar freguesia

Para alcançar o objetivo de disputar, pela primeira vez, as semifinais da Copa do Mundo, a Colômbia terá de encarar alguns demônios internos. O maior deles é a histórica freguesia para a Seleção Brasileira. Em 19 confrontos oficiais, os Cafeteros somam apenas uma vitória e amargam 12 derrotas.

O único resultado positivo foi alcançado na fase de grupos da Copa América de 1991, mas nem valeu muito. No quadrangular final do torneio, o Brasil devolveu o resultado e acabou eliminando os colombianos.

Além disso, o técnico José Pekerman e seus comandados sabem que não poderão contar com um forte aliado neste duelo. A torcida colombiana, maioria nos jogos do time até agora, deve ocupar uma pequena parte do Castelão, que será tomado pelos brasileiros.

Outro fator positivo para o combinado canarinho está no estilo de jogo característico da Colômbia. Com um time ofensivo, a tendência é a de que Neymar e companhia encontrem mais espaço para atacar.

Se os nervos estiverem no lugar, a equipe de Luiz Felipe Scolari terá boas opções para se garantir na semifinal, que será disputada no dia 8, no Mineirão.

Currículos internacionais

A experiência internacional é uma das armas da Colômbia. Dos 23 convocados por José Pekerman, apenas três atuam no futebol local. São eles os goleiros Mondragón (Deportivo Cali) e Vargas (Santa Fe), e o meia Alexánder Mejía, do Nacional de Medellín, algoz do Atlético na Libertadores deste ano. Dos demais chamados para o Mundial no Brasil, 16 atuam no futebol europeu, três jogam na Argentina e um está atualmente no México.

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