Funcionários do Museu Nacional choram ao ver o que sobrou do incêndio

Agência Brasil
03/09/2018 às 13:27.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:15
 (Antonio Lacerda / EFE / Direitos Reservados)

(Antonio Lacerda / EFE / Direitos Reservados)

A emoção tomou conta de todos os funcionários do Museu Nacional, que nesta segunda-feira (3) chegavam à Quinta da Boa Vista. Muitos se abraçavam e não conseguiam conter o choro.

“É muito triste ver tudo isto. Vinha aqui desde pequeno e o meu sonho era trabalhar aqui”, disse o biólogo e geólogo Leonardo Oliveira, que foi para a Quinta assim que viu o incêndio pela televisão.

Quem também passou a noite no museu foi Claudine Borges Leite, 53 anos, e há 24 secretária da área de pesquisa em geologia e paleontologia. Ela conta que viu gente sair com computadores e alguma coisa de acervo.

Claudine resume um pouco o sentimento de todos. “Por enquanto, a gente está chorando. Esta é a nossa casa. Isto não vai ficar assim”, resumiu.

A relação com o museu também fazia parte da vida de Itatiana Macedo Oliveira, que trabalhava no arquivo administrativo há 31 anos. “Nasci neste bairro, vinha aqui desde criança e sempre sonhei em trabalhar aqui”, contou.

Ela conseguiu entrar na sala em que trabalhava, que ficava ao lado da entrada dos funcionários, mas tudo o que viu se resume a cinzas. “A gente sempre tem uma esperança, mas estava tudo destruído”, disse.

Esperança

Esperança é o resta para a paleontólaga Luciana Carvalho. Ela vai passar todo o dia na porta do museu, esperando que os bombeiros liberam a entrada de funcionários.

Ela espera que alguns armários compactadores que protegiam as coleções do seu departamento tenham resistido ao fogo.  

A ala africana foi toda destruída. Segundo a curadora Mariza Soares, o fogo consumiu tudo.

“Eram as peças mais valiosas da coleção africana que nós tínhamos. Coisas que não têm em nenhum outro museu do mundo”.

Parte desta coleção chegou como presente a dom João VI, em 1810. “Perdeu-se tanto o que estava na exposição como o que estava na reserva técnica”, finalizou.


Leia mais:
Rescaldo no museu Nacional levará mais de dois dias, diz Corpo de Bombeiros
Artistas lamentam incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro
Museu Nacional abrigava fóssil Luzia, esqueleto mais antigo das Américas e encontrado na Grande BH
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por