Em 1997, a Lucasfilm Games publicou “Outlaws”, um jogo de tiro em primeira pessoa (FPS) com estilo cartoon. Naquela época, o estúdio poderia ter buscado algo mais moderno como “Duke Nukem” ou “Quake”, mas ela queria essa estética propositalmente. Foi impossível não lembrar daquele faroeste ao rodar “Forgive Me Father”.

Produzido pelo estúdio polonês Byte Barrel e distribuído pela 1C Entertainment, essa produção Indie acabou de chegar ao mercado. Trata-se de um FPS, com gráficos cartunescos.

Os produtores apontam que o game foi inspirado na obra do autor norte-americano H.P. Lovecraft, que ficou famoso no século XIX com seus contos de terror. A estética do game dá a entender que a produção tenta animar as ilustrações das histórias.

A movimentação é estilo stop motion, que amplifica a ideia de dar movimento desenhos, todos feitos à mão. Há diferentes formas e reações às eliminações, o que eleva o jeito grotesco da trama, com vísceras espalhadas pelo chão e paredes.

Tudo isso dá ao game uma atmosfera perturbadora, que mistura a estranha história que envolve uma jornalista e um padre. O jogador pode escolher qual dos personagens jogar.

A opção não altera a dinâmica do jogo e a história é conduzida por corredores grotescos, mistérios surrealistas e demais insumos das histórias de Lovecraft. Para entender o enredo, é preciso coletar bilhetes, artigos e demais textos que dão sentido à trama.

Evolução

Durante a campanha é possível evoluir os personagens, adquirindo novas habilidades. A variedade de armas também e grande, com revólveres, escopetas, metralhadoras e explosivos. A espingarda de dois canos é totalmente inspirada em “Doom II”. 

Se os gráficos remetem a um dos clássicos dos FPS dos anos 1990, a jogabilidade segue a mesma lógica. O jogador precisa recolher munição e kits médicos. Nada de esperar um pouquinho e aguardar a energia se regenerar.

Referências

Além dos elementos retirados da obra de Lovecraft, também há referências a outros clássicos do terror, como “O Iluminado”, de Stanley Kubrick. Logo no início da campanha o jogador se depara com uma porta com o escrito “REDRUM”, que significa “Murder” (assassinato) de trás para frente, como no longa-metragem.

Palavra final

“Forgive Me Father” é mais um game que mostra como a cena independente dos games é capaz de trazer soluções criativas para gêneros populares que muitas vezes pecam pela repetição. O game é um ótimo FPS, que explora basicamente o mesmo que qualquer outro jogo de tiro, mas uma estética fascinante e apliques que muitas vezes são tolhidos nos grandes selos.

Disponível para PC, ao preço de R$ 47,49, na Steam.

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