
Em 2008, adquiri um PS2 Slim. Estava querendo voltar a jogar em consoles, depois de anos dedicados aos games para PC. A vontade veio depois de uma tarde na casa de um compadre, esparramado no sofá e com uma tela imensa (de 29 polegadas) na minha frente.
E lembro que a primeira recomendação unanime que tive foi que deveria jogar, antes de qualquer outro game, “God of War”. Sem questionar a voz do povo, fui jogar-lo e não demorou mais que alguns minutos para sacar o motivo de todo mundo sugerir o jogo.
“God of War” encanta pela estética, peja jogabilidade e a fúria de Kratos. De lá para cá foram outros oito jogos. Agora me deparo novamente com o velho guerreiro em “Ragnarok”, que chega oficialmente na próxima quarta-feira (9).
O game é uma sequência direta do último episódio. Kratos e Atreus vivem refugiados. Depois de o Deus da Guerra matado Baldur, que provocou a ira de Freya e Odin, teve início o Fimburwinter, um inverno prolongado que precede o Ragnarok, que na mitologia nórdica é o fim do mundo.
Logo no início da trama, Kratos recebe a visita de Odin e Thor. O primeiro duelo entre as “divindades” é espetacular e coloca combustível na fogueira do jogo.
Toda essa lambança mitológica coloca o jogador numa sequência de combates sangrentos. O game resgata personagens como os anões Brok e Sindri, e apresenta novos caminhos para a trama.
Não irei avançar no enredo para não dar spoiler. Mas fato é que o game mostra que Kratos nunca conseguirá deixar de ser uma divindade, mesmo que fuja para outros mundos.
Gráficos
Visualmente o game é irretocável, até mesmo no PS4. Mesmo no console veterano, jogador pode ajustar diferentes parâmetros de imagem. Se rodar no PS4 Pro, pode fazer acertos de HDR e outras funções.
Já no PS5 o espetáculo é outro. O game tem texturas ainda mais sofisticadas e uma série de ajustes que privilegiam a qualidade gráfica ou a dinâmica do jogo. Aí é cada um com seu cada qual.
No entanto, senti foto do Modo Fotografia. Os produtores eliminaram o recurso, que era bastante legal, principalmente para quem produz conteúdos de games e gosta de imagens exclusivas.
Uma das razões está na forma com que o jogador compartilha seus conteúdos. Na geração PS4, a Sony incluiu o Modo Fotografia em diversos games, justamente para fazer uso da função Share. O jogador compartilhava em suas redes suas capturas dos games e com isso a Sony tinha toneladas de exposições de espontâneas nas mídias sociais.
Hoje, a foto deixou de ser algo tão impactante e o vídeo é o grande barato. Assim compartilhar trechos de gameplay ou fazer streaming se tornou bem mais atrativo que uma imagem estática.
Gameplay
O gameplay de “God of War: Ragnarok” segue o mesmo padrão do título antecessor. A campanha mescla exploração com combates e muitos diálogos e animações.
Apesar de jogador poder perambular pelos cenários e retornar a antigos locais, como no título de 2018, a campanha é bem linear. Fator que dá fluidez a narrativa.
Mesmo assim, o jogador deve tirar um tempo para perambular pelos cenários e procurar itens escondidos. Baús trancados oferecem melhorias para as barras de vida e fúria.
Inclusive, a abertura desses baús ficou menos complexa que no jogo anterior. Ao invés de atingir as runas num breve período de tempo (que era um verdadeiro inferno), agora o jogador deve interagir com o cenário para ativar as inscrições, bem mais prático.
E por falar em praticidade, alguns comandos também foram simplificados. No game, Kratos inicia sua jornada com o machado Leviatã e as Lâminas do Caos. Eles contam com as mesmas funções, mas a diferença é que o par de gládios também serve como arpão para acessar pontos distantes e altos.
Quando há um local em que se dever arremesso-lo, a sinalização aparece imediatamente. Nada da complexidade e precisão de timing de outros games como em “Dying Light 2”.
E antes que o amigo(a) possa pensar que se trata de uma dúvida dos produtores em relação a coordenação motora dos jogadores, o uso simplificado se deve ao fato de o game ser linear. Só há um caminho e a campanha não pode ficar travada porque o uso da ferramenta é irritante. Isso tiraria a dinâmica na condução da história.
Evolução
O game também permite evoluir as habilidades dos personagens com pontos de experiência em cada uma das lutas. Atreus e Kratos ganham seus próprios pontos. Também é possível melhorar armas e as as peças da indumentária do guerreiro, assim como a armadura do garoto.
Palavra final
“God of War: Ragnarok” é um grande game. Sua mecânica de combate é mais que conhecida, assim como os combates alternados com exploração.
No entanto, o game fisga o jogador pela trama. Como num filme ou seriado, a historia prende o jogador que não consegue parar de jogar.
Disponível para PS4 e PS5, o game tem três edições que vão de R$ 300 a R$ 400.