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Lançado em 5 de maio de 1992, game da id apresentou o FPS para o mundo

Marcelo Jabulas
@mjabulas
08/05/2022 às 06:08.
Atualizado em 08/05/2022 às 08:31
 (id Software/Divulgação)

(id Software/Divulgação)

Publicado em 5 de maio de 1992, “Wolfenstein 3D” não foi o primeiro jogo de tiro em primeira pessoa produzido, mas sem sombra de dúvidas foi o game que provou para a indústria que o estilo tinha potencial. Assim, se o amigo hoje gasta horas jogando “Call of Duty Warzone”, “Halo”, ou qualquer outro game com uma arminha no centro da tela, agradeça a William Joseph Blazkowicz, também conhecido como BJ Blazkowicz.

“Wolfenstein 3D” foi produzido pela então estreante id Software, comandada por John Romero, John Carmack, Adrian Carmack (eles não são parentes) e Tom Hall. O game era inspirado em “Castle Wolfenstein”, um adventure de labirinto (Maze Game) de 1981, lançado originalmente para Apple II. Nesse game o jogador assumia o papel de um prisioneiro que deveria fugir, de forma furtiva, de uma instalação nazista, durante a Segunda Guerra Mundial.

O game da id basicamente convertia a proposta do título de 1981 numa visão em primeira pessoa e o foco no tiroteio. Na história de “Wolfenstein 3D”, Blazkowicz é um prisioneiro. Ele consegue fugir de sua cela e inicia uma missão suicida para derrotar Hitler.

O game foi dividido em três episódios. Na época a id Software vendia seus games no modo shareware. Ou seja, ela distribuía uma parte e depois que o comprador adquirisse o game, ela enviava por correio os disquetes com o restante do jogo.

Assim, depois de jogar as primeiras fases, com BJ detonando os nazistas pelo caminho, a rapaziada ensandecida corria para comprar o restante do jogo. 

Pessoalmente, lembro de jogar “Wolfenstein” pela primeira vez em 1993, num PC 386 de um amigo. E só tinha a primeira parte. Naquela época, em que internet era ficção, a gente descolava os games numa lojinha escondida no segundo andar do edifício Arcangelo Maletta. Era grana para lá e disquete para cá.

Jogabilidade

“Wolfenstein 3D” era diferente de tudo que conhecíamos sobre videogames. A começar pela visão em primeira pessoa, a possibilidade de girar 360 graus. Era muito futurista. 

A movimentação dos personagens (que hoje pode soar como rudimentar), era algo fascinante numa época em que a maioria dos games eram de plataforma 2D.

O game era violento, mas sem um excesso de vísceras. Não que John Romero e companhia estivessem preocupados com a reação do público, mas fato é que faltava tecnologia e recursos para algo mais realista. Mesmo assim, era um game “pesado” para aqueles dias de 1992. 

Um detalhe legal é que o game tinha um painel de informações na parte inferior. Nele o jogador tinha informação da fase (andar), da pontuação (que hoje perdeu o sentido), número de vidas, percentual de saúde, munição, itens extras (chaves) e tipo de arma. Mas o mais legal era a carinha de BJ. A medida que o jogador sofria dano, seu rosto começava a sangrar, até ele morrer. A id utilizou o mesmo recurso em “Doom”, de 1993.

Para sobreviver, o jogador podia encontrar refeições, kits de primeiros socorros e até mesmo ração para cachorro. Isso mesmo, dentro do castelo há uma matilha de pastores alemães sanguinários, e tigelas de ração que garantiam pontos extras de vida.

Depois de “Wolfenstein 3D” a franquia recebeu outros 10 títulos. Destaque para a série atua, que teve início com “The New Order”, em 2014. Em 2015 foi publicado “The Old Blood” (que é um remake do game de 1992), seguido por “Wolfenstein II: The New Colossus”, “Wolfenstein: Youngblood” e “Cyberpilot”, este último exclusivo para óculos VR.

Como jogar

O título foi publicado para uma grande variedade de plataformas. Depois que saiu para PC, “Wolfenstein 3D” ganhou edições para Super Nintendo, Game Boy Advance, iOS (iPhone), Android, PS3 e Xbox 360.

Jogar “Wolfenstein 3D” não é problema nos dias de hoje. O game está incluso dentro de novas produções da franquia como “Wolfenstein II: The New Colossus”, mas também pode ser comprado por míseros R$ 9 na Steam, para PC. Além de barato, a versão ainda conta com DOS-Box, que emula programas de MS-DS em ambiente Windows. Se o amigo não jogou, tem que jogar.

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