GAMES

Lançado há 35 anos, 'After Burner' transformou toda molecada em Tom Cruise

Marcelo Jabulas
@mjabulas
Publicado em 10/07/2022 às 12:21.
 (Sega/Divulgação)

(Sega/Divulgação)

Não é de hoje que indústria de games segue o vácuo do cinema e vice-versa. Em 1986, “Top Gun” se tornou um fenômeno de bilheterias, fez o alistamento explodir nos Estados Unidos e alçou a carreira de Tom Cruise à estratosfera. E a Sega viu que tinha uma excelente oportunidade nas mãos e resolveu produzir um jogo de caça, protagonizado não por Cruise, mas pelo Grumman F-14 Tomcat. 

O caça da marinha norte-americana com geometria variável (asas que poderiam abrir ou se fechar em forma de delta) era o novo herói da América. Até a Mattel pegou carona no sucesso e lançou uma versão de brinquedo da linha G.I. Joe, que aqui era conhecido como “Comandos em Ação”, vendida pela estrela.

Assim, em 13 de julho de 1987, pouco mais de um ano da estreia do longa-metragem, a Sega invadia os fliperamas com “After Burner”. Para batizar o jogo, foi utilizado um componente dos caças militares lançados entre os anos 1960 e 1980, o pós-queimador. 

Trata-se de um sistema utilizado para elevar rapidamente a velocidade dos caças a jato para fugir de radares e ganhar altitude. Como o próprio nome já sugere, ele injeta mais combustível após a câmara de combustão, o que eleva a temperatura dos gases expelidos pela turbina, ampliando o empuxo. 

No game, não há um uso de pós-combustão, ele só batiza a produção. Mas tem uma sonoridade legal. Mas o jogo tinha outro recurso. O gabinete de “After Burner” era uma espécie de cilindro. Sentado diante da tela, o arco se movia criando uma sensação de subida e descida. 

No entanto, era uma máquina muito sofisticada que foi distribuída principalmente nos Estados Unidos e no Japão. Nos demais mercados, o jogo recorria a gabinetes do tipo cabine (na versão Deluxe), com banco e manche e até mesmo modelos convencionais, em que o jogador ficava de pé diante da máquina.

O game

Apesar do nome que remete a um sistema complexo, a cabine sofisticada, “After Burner” é um game simples em sua essência. No jogo, o objetivo é atingir o máximo  de aviões inimigos. O jogador conta com metralhadora e mísseis para abater os rivais.

Rápido, desafiador e com o sorriso de Tom Cruise na cabeça da molecada, não demorou para o game se tornar uma febre. O jogador enxergava seu avião em terceira pessoa. Visto de trás, era possível ver as turbinas incandescentes da aeronave, que decola de um porta-aviões para combater os inimigos. Ao todo são 18 estágios, que consumiam toneladas de fichas, pois o jogo é extremamente rápido e os inimigos te acertam com muita facilidade. Até hoje, é um game desafiador. No mesmo ano, a sega publicou “After Burner II”, que era basicamente o mesmo game. 

Consoles

A excelente aceitação de “After Burner” fez com que Sega expandisse o “teto de voo” do game. Ela lançou o game para seu console doméstico, Master System. O objetivo era concorrer com a versão oficial de “Top Gun”, que foi lançada no final de 1987 para o Nintendo 8 Bits (NES). O game também recebeu edições para  Amiga , Amstrad CPC , Atari ST , Commodore 64 , MS-DOS , MSX , PC Engine , Sharp X68000 , ZX Spectrum e até mesmo o Nintendinho. 

O Mega Drive recebeu uma edição de “After Burner II”, que curiosamente tinha um McDonnell Douglas F-15 Eagle na capa, no lugar do F-14. A jogabilidade era praticamente a mesma e não muito diferente de “After Burner III”, publicado para o “revolucionário” Sega CD.

“After Burner” foi um game importante na indústria de jogos. Ele abriu caminho para diversos títulos de aviação, como “G-Loc: Air Battle”, “Strike Commander” e até mesmo o moderno “Ace Combat”. Se o amigo encontrar um a máquina de “After Burner”, não deixe de gastar uns trocados. Mas se deparar com o gabinete rotativo, me passe o endereço.

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