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Lançado há 35 anos, Game Gear trouxe o que faltava ao Game Boy

Console portátil da Sega chegou um ano após o "tsunami de bolso" da Nintendo, com muito mais sofisticação, mas era caro demais

Marcelo Jabulas
Publicado em 24/06/2025 às 16:26.
 (Foto: Shutterstock)
(Foto: Shutterstock)

A indústria de games teve seu apogeu nos anos 1980. Os primeiros arcades (fliperamas) aos consoles de mesa chegaram ao mercado nos anos 1970, mas só “pegaram tração” na década seguinte. 

Foi nessa época que a Nintendo lançou o NES, a NEC criou o TurboGrafx, assim como a SEGA colocou no mercado o Master System e o Mega Drive. Mas todos eles eram consoles domésticos, que dependiam de um televisor, um monte de fios e concorriam com o telejornal e a novela.

A Nintendo foi rápida e lançou o Game Boy em 1989. O console portátil se tornou uma febre. Era possível jogar Mario Bros e um monte de outros games legais onde quer que o jogador estivesse. 

Mas o Game Boy tinha suas limitações. Não tinha cor e nem iluminação própria (que demandaria mais pilhas). A Sega, de olho no produto da rival, correu para adicionar o que faltava em seu “Projeto Mercury”, que chegaria no segundo semestre de 1990 como Game Gear. 

E de olho no concorrente, a Sega aprimorou seu console de bolso. A começar pelo formato horizontal, que trazia anatomia inspirada no joystick do Mega Drive. 
Ele também trazia tela de LCD colorida com iluminação própria. Ou seja, era possível jogar no escuro sem a necessidade de improvisar lanternas ou comprar acessórios.

Seu hardware também chamava atenção. Basicamente era um Master System miniaturizado. Ele vinha com processador Zilog Z80 de 3,5 MHz e 8 bits. A placa-mãe tinha acoplado 8 KB de memória RAM e outros 16 KB dedicados para vídeo.

O Game Gear ainda contava com processador de áudio estéreo (na saída de fone de ouvido). Tudo isso fez do Game Gear um console revolucionário, pois estava livre de “limitações”, como o concorrente da Nintendo. Mas toda capacidade gráfica cobrava seu preço.

A começar pelo preço. Ele custava US$ 150, nada menos que US$ 60 a mais que o Game Boy. Além disso, exigia seis pilhas AA, enquanto o Nintendo exigia apenas quatro. 

No uso contínuo era um consumo 50% maior, o que fazia com que os pais pensassem duas vezes antes de comprar o Game Boy ou o Game Gear. Outro fator era sua biblioteca de jogos, com cerca de 300 títulos, enquanto o Nintendo teve nada menos que mil jogos publicados. 

Mesmo assim, o Game Gear teve 10,6 milhões de unidades vendidas durante sete anos de mercado. Uma ninharia diante dos 118 milhões de Game Boys vendidos em todas suas variantes.

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