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Publicado há 40 anos, 'Choplifter' se tornou uma febre no Master System e fliperamas

Marcelo Jabulas
@mjabulas
Publicado em 21/05/2022 às 10:43.
 (Sega/Divulgação)

(Sega/Divulgação)

Jogos de tiro imperaram nos anos 1980. Eram desafiantes e relativamente simples de desenvolver. Mas havia quem buscasse algo mais que apenas dar tiros em objetos na tela. 

É o caso de Dan Gorlin, que projetou “Choplifter”. Lançado originalmente para Apple II em 21 de maio de 1982 (foto em detalhe), com distribuição da Broderbund, o game tornou-se um marco na indústria do videogame.

A começar pela carga dramática que o objetivo do jogo imprimia: resgatar reféns em uma zona de guerra com um helicóptero. No game, o jogador pilota um “Huey”, apelido do Bell UH-1 Iroquis.

Nesse game, o jogador assume o manche do aparelho e deve sobrevoar diferentes áreas de conflito para resgatar prisioneiros de guerra. Com diferentes fases, o jogador avançava de cenário após resgatar um número determinado de reféns.

Gorlin foi caprichoso no game, pois o jogador precisa ficar atento não apenas ao resgate, mas também no ataque a instalações e outros veículos, além da necessidade de desviar dos disparos inimigos. Um tiro ou toque na fuselagem era uma vida a menos, sem contar a baixa dos soldados a bordo.

Sega

O game chamou atenção da japonesa Sega, reprogramou o game para arcade e Master System em 1985. A versão da japonesa trouxe gráficos mais sofisticados, com uma paleta de cores ampla e uma profusão de elementos móveis pelos cenários.

O game fez sucesso nas casas de jogos e ajudou a impulsionar o console no mercado. Por aqui, “Choplifter” era conhecido como o “jogo do helicóptero” nos fliperamas. Ele disputava atenção com “Ghost’n’Goblins”, “Elevator Action” e demais games do momento.

Jogar no fliperama era uma experiência torturante. O game era extremamente difícil e o jogador sabia que iria queimar suas fichas rapidamente. Mas ainda sim era muito legal.

Mas foi no Master System que o game ganhou projeção no Brasil, a partir de 1989. O game tinha uma pequena imagem estampada na caixa do console. E era um grande barato.

Passar da primeira fase era uma tarefa hercúlea. Cada jogador tinha sua estratégia para resgatar os reféns em instalações num deserto. Voo rasteiro, concentrar nas peças de artilharia ou voar alto para poder ter mais opções de manobra eram formas de desviar da chuva de balas que cortava o cenário.

A inteligência artificial do game era sofisticada e tinha recursos para evitar que jogador ficasse parado num determinado ponto do cenário. Por exemplo, deixar o aparelho em solo aguardando o embarque dos reféns atrai tanques. 

Assim, dar uns “pulinhos” com a aeronave evita que um blindado apareça para dificultar o resgate. Mas ficar no mesmo ponto por muito tempo pode atrair caças que dão voo rasante e atiram contra o helicóptero.

E quando se chega no segundo estágio, após salvar 40 reféns, o que corresponde a pelo menos três viagens (pois o aparelho permite cerca de 15 soldados), o jogador era congratulado com um resgate marítimo.

Nessa fase, a dificuldade se eleva, principalmente para quem aposta na estratégia de voo rasteiro. No deserto, é possível pousar em qualquer ponto para fugir da artilharia ou das outras aeronaves, no mar é fatal. Sem contar que é preciso manter meia altura para não bater nas embarcações.

O game ainda tem outras duas fases, e exigem um habilidade absurda para completá-las e chegar aos créditos. Tudo isso fez de “Choplifter” um clássico, que a molecada se juntava em peso para comprovar sua habilidades no comando do Huey.

O game também teve edições para Commodore, MSX, Atari e NES. Mas a edição para Master System dominou, principalmente por aqui. 

No mercado de usados, um cartucho de “Choplifter” pode variar de R$ 60 a R$ 250, dependendo do estado de conservação. Mesmo assim, é um game difícil de encontrar no mercado. Um clássico.

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