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Sega Saturn levou o fliperama para dentro de casa

Lançado há 30 anos, Sega Saturn seria o astro rei dos games se o buraco negro da Sony não tivesse engolido o universo

Marcelo Jabulas
Publicado em 24/05/2025 às 13:34.Atualizado em 24/05/2025 às 13:34.
 (Shutterstock)
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O mercado de videogames vive uma evolução constante, num balé gradual com em qualquer indústria. Mas às vezes acontecem revoluções. A primeira metade dos anos 1990 foi um desses períodos. 

Naquela época o CD-ROM surgiu como alternativa ao cartucho como mídia física. De fato, o CD era um avanço tremendo, pois era barato de produzir e comportava volumes de armazenamento impensáveis para o mais potente dos cartuchos.

Ainda naqueles dias, Sega e Nintendo disputavam a hegemonia do mercado, sendo seguidos a distância por NEC e SNK. Todos com seus consoles abastecidos por cartuchos, que eram unidades de memória ROM destacáveis. Uma solução genial que surgiu nos anos 1970, mas que já mostrava não ser mais viável diante da modernização dos jogos.

A Sega foi uma das pioneiras a adotar a mídia ótica em sua linha de produtos. Ela lançou o Sega CD, um tocador de discos que era acoplado ao Mega Drive. 

Apesar de rudimentar, trazia um avanço. A Nintendo contatou a Sony para desenvolver um módulo de CD-ROM. Ela desistiu no meio do caminho e o protótipo se transformaria no PlayStation, que engoliu o mercado como se fosse um buraco negro.

Mas a Sega não se deu por vencida, ela apresentou o Saturno, no fim de 1994 no Japão, praticamente junto com a Sony. Em maio, o console chegou ao Ocidente.

Naquela época, a Sony era um azarão no mercado de games. A Nintendo desdenhou de seu protótipo alegando que os jogadores não queriam perder tempo com o carregamento dos discos. De fato, o tempo de loading era algo que incomodava naqueles dias, bem diferente do dinamismo do cartucho. 

A Sega por sua vez, trazia anos de experiência no mercado e vislumbrou a possibilidade de portar (sem perdas) seus clássicos do fliperama. Franquias como Sega Rally, que bombavam nas casas de arcade, eram um cartões de visitas bem convincentes.

O problema é que a Sega carregou no preço. Lançou o console por US$ 400. O PlayStation era mais barato e ainda contava com uma lista imensa de jogos legais e ports de games de PC. 

Além disso, a Sony ainda contava com uma estrutura comercial e financeira infinitamente maior que a Sega. Ela era referência de qualidade em todo o mundo com seus televisores, filmadoras, CD-Players e claro o Walkman. 

Assim, o PlayStation explodiu como uma supernova e em 2000 engoliu de vez os anéis do Saturn, que saiu de linha definitivamente no Japão, o único mercado restante deste que foi um dos consoles mais legais de sua época.

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