Lombo e uma homenagem à arte e ao artesanato mineiro não tinham mesmo como dar errado. A mistura rendeu ao Bar do Kxote, no Barreiro, o primeiro lugar na 9ª edição do Festival Botecar 2025, em Belo Horizonte. O resultado foi anunciado após um mês da competição que reuniu botecos da capital com a missão de elaborar tira-gostos que valorizassem a gastronomia regional.
Batizada de Lombo Barroco, a receita vencedora combina fatias de lombo recheado com banana-da-terra, cozido lentamente no molho da casa, acompanhadas de purê rústico de mandioca recheado com requeijão e mussarela. O toque final fica por conta da farofa crocante de torresmo mineiro, que traz textura e sabor.
Dono do Kxote, Fabrício Silva diz que o prato foi inspirado na riqueza dos traços do barroco mineiro e na parceria com a Casa Atelier BH, que reúne artesãos locais. Durante o festival, o bar se transformou em uma galeria de arte temporária, com pinturas e esculturas espalhadas pelo salão.
“Este tira-gosto foi pensado como uma verdadeira obra de arte. Em parceria com a Casa Atelier BH, onde conhecemos artesãos de talento singular e dedicação ao artesanato 100% mineiro, criamos um prato que traduz em sabores a alma do barroco mineiro”, destaca. “Foi muita dedicação, muito trabalho, muita luta, muita correria, para no final dar tudo certo. A gente está muito feliz”, disse, ao lado da mulher e da sócia Aline. Na edição anterior, o Bar do Kxote havia conquistado o terceiro lugar.
O segundo lugar na competição ficou com The Bulltique Vino Bar e o prato “Duo de Língua do Bola”, um carpaccio de língua de boi defumada com molho pesto e brochete de língua de boi marinada ao vinho na brasa com molho agridoce especial.
Já a terceira posição é do Bar Laminense, com a receita “Jeitin de Vó”, um cupim marinado na cerveja preta e cozido lentamente, servido com farofa de castanha-do-pará e banana-da-terra, batatas rústicas e geleia artesanal de pimenta-biquinho, produzida no próprio bar.
Para o idealizador do festival, Antônio Lúcio Martins, o Botecar vai muito além da gastronomia: “É uma celebração da identidade mineira. Cada prato, cada história e cada participante ajudam a contar um pouco do que somos: criativos, acolhedores e apaixonados por reunir pessoas em torno da boa mesa”, diz.
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