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IA ajuda hospitais da rede Mater Dei no diagnóstico e tratamento contra câncer de pulmão

Estratégia é considerada essencial para detectar tumores ainda em estágio inicial

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 21/08/2025 às 13:50.
Apesar dos avanços no tratamento, a prevenção segue como a melhor forma de combater a doença (Freepik/Divulgação)
Apesar dos avanços no tratamento, a prevenção segue como a melhor forma de combater a doença (Freepik/Divulgação)

O uso de inteligência artificial tem ajudado hospitais da rede Mater Dei no diagnóstico precoce e no tratamento contra o câncer de pulmão, o mais letal no Brasil e no mundo. A tecnologia revisa exames de imagem, identifica achados suspeitos e aciona os pacientes para investigação precoce.

O Mater Dei conta com o programa “Linha de Cuidado do Nódulo Pulmonar”. De acordo com o coordenador da pneumologia da rede, Bruno Horta, o serviço é um avanço significativo. “Os exames realizados pelos pacientes são revisitados para uma avaliação multidisciplinar de eventuais nódulos observados no exame de tomografia e direcionados para revisão do seu médico".

Segundo o médico, a tecnológica sem custo extra é um diferencial. "Para o rastreamento, diagnóstico e acompanhamento de doenças pulmonares, contribuindo para intervenções, quando necessárias, mais rápidas e eficazes”, acrescenta o especialista.

Exames e monitoramento

O hospital reforça que o rastreamento anual com tomografia de baixa dosagem é a estratégia mais eficaz e pode salvar vidas. “O exame permite diagnosticar a doença em fases iniciais, quando as chances de cura são muito maiores. É indicado para fumantes e ex-fumantes entre 50 e 80 anos, profissionais expostos a agentes nocivos, como poeiras minerais, produtos químicos e poluição, além de pessoas com histórico familiar de câncer de pulmão”, alerta Bruno Horta. 

Outro recurso é a espirometria – exame simples e não invasivo que avalia a função pulmonar e mede a quantidade e a velocidade do ar que uma pessoa consegue inspirar e expirar. Ele é indicado para fumantes e ex-fumantes com mais de 40 anos, pessoas com sintomas respiratórios persistentes, pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e asma, além de trabalhadores expostos a poluentes. 

Tecnologia cirúrgica 

A cirurgia torácica é indicada nos casos de câncer de pulmão em estágios iniciais ou quando o tumor está restrito ao pulmão e regiões próximas. O procedimento é realizado após avaliação multidisciplinar, que pode incluir exames de imagem, como PET-CT e ressonância, além de testes que verificam a função pulmonar.
 
O cirurgião torácico Daniel Bonomi explica que o procedimento é feito com técnicas minimamente invasivas, como a cirurgia por vídeo e a robótica. “A cirurgia robótica vem se consolidando como uma das opções mais seguras e eficazes, pois permite tratar casos complexos com maior precisão e ampliar o número de pacientes que podem ser operados com segurança, inclusive idosos e pessoas com comorbidades. Além de remover a lesão pulmonar, conseguimos retirar com mais presteza os linfonodos — estruturas importantes para avaliar a extensão do câncer. Isso representa um ganho real na qualidade do tratamento oncológico”, destaca.

Foco na prevenção: tabaco e riscos do vape

O câncer de pulmão, muitas vezes, se apresenta de forma silenciosa, sem sintomas em estágios iniciais. “Os principais alertas incluem tosse persistente, algumas vezes com sangue, falta de ar, rouquidão, infecções respiratórias recorrentes, dor no peito, perda de peso inexplicável, além de fadiga e fraqueza e inchaço do pescoço e rosto”, orienta o pneumologista.

Apesar dos avanços no tratamento, a prevenção segue como a melhor forma de combater a doença. “Não fumar é o passo mais importante na prevenção do câncer de pulmão. É preciso ampliar a conscientização sobre os riscos do tabaco e também do cigarro eletrônico”, orienta Daniel Bonomi.

O pneumologista Dr. Bruno Horta alerta: “embora vendidos como alternativa mais segura, os cigarros eletrônicos não são inofensivos. Eles podem causar dependência ainda mais intensa que o cigarro convencional, expõem o organismo a metais pesados e substâncias cancerígenas e já foram associados a casos graves de lesão pulmonar aguda”.

Câncer de pulmão 

O câncer de pulmão segue como o mais letal no Brasil e no mundo. No país, cerca de 63% dos casos são diagnosticados em estágio avançado, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), reduzindo as chances de cura. O cenário se torna ainda mais preocupante diante de dados recentes do Ministério da Saúde: pela primeira vez desde 2007, houve aumento no número de fumantes adultos. Entre 2023 e 2024, a prevalência subiu de 9,3% para 11,6% nas capitais e no Distrito Federal – alta de 25%. 

O Agosto Branco, mês de conscientização sobre a doença, chega em um momento crucial para reforçar três frentes: prevenção, diagnóstico precoce e inovação nos tratamentos. 

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