Levantamento da B3 – Bolsa de Valores brasileira – mostra que a quantidade de jovens investindo no mercado de ações é cada vez maior. É um público com maior disposição ao risco, que investe pensando no longo prazo e está atrás de rentabilidades maiores do que as oferecidas por investimentos tradicionais, como a poupança. A adrenalina do sobe e desce do mercado de ações é um atrativo.
Segundo a B3, de 2016 a 2022 a idade média do investidor brasileiro recuou 11 anos. Hoje, dos 5 milhões de brasileiros com contas na bolsa de valores, 62% têm menos de 40 anos. E boa parte desse “rejuvenescimento” está relacionada à entrada no mercado financeiro de um contingente que acabou de começar a vida profissional.
Atualmente, 600 mil brasileiros com idade de até 24 anos investem em ações. Em termos percentuais, esse é o grupo que mais aumentou entre os investidores. Atualmente são 12 % do todo; há cinco anos não somavam sequer 1% do total.
Um desses jovens em busca de adrenalina e melhores rendimentos é Raphael Barbosa, formado em administração. Aos 23 anos, já é um experiente investidor do mercado de ações.
O jovem conta que começou a investir com 20 anos e já chegou a perder todo capital aplicado, mas que hoje, mais experiente, guarda uma posição mais segura, pensando no futuro. “Eu comecei estudando por conta própria, tentando entender como funcionava, depois casei o tema com minha graduação e resolvi começar os investimentos. Acho que a principal vantagem para os jovens é o ganho no longo prazo, mas, no meu caso, a adrenalina do jogo foi o que mais chamou minha atenção. Ter rendimentos é bom, mas a satisfação de ganhar também é”, contou.
Ele não é o único que pensa assim. Segundo o professor de Economia, Márcio Salvato, é muito comum encontrar esse perfil entre os jovens. Mas é preciso tomar cuidado. “O jovem é mais propenso ao risco, a manter uma posição de jogo, gostam de contar quando ganham, mas às vezes não contam quando perdem. Faz parte. Mas é preciso ter cuidado”, conta.
Segundo Salvato, o maior erro do investidor jovem é ir direto para o maior risco. “São muitos exemplos de pessoas que entram afoitas no mercado de ações e acabam perdendo tudo. É preciso diversificar os investimentos e suavizar possíveis perdas”, sugere.
Opções como o “Day Trade”, comprar ações e vender no mesmo dia, chamam atenção dos jovens, mas tem um percentual de ganho baixo. “Às vezes é melhor se permitir ganhar menos agora, mas ganhar sempre”, opina o professor.