Estudo da Fiocruz

Baixa cobertura vacinal da Covid-19 em crianças menores de 5 anos faz crescer internações

Agência Brasil
28/09/2022 às 17:32.
Atualizado em 28/09/2022 às 17:36

Devido à baixa cobertura vacinal das crianças menores de 5 anos, houve uma inversão nos dados de internação pro Covid-19 e os idosos não são mais a maioria dos pacientes internados, segundo estudo do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância) da Fundação Oswaldo Cruz. Ambas as faixas etárias tiveram queda nos números de hospitalizações, mas, entre 14 de agosto e 10 de setembro, o número de crianças internadas representava quase o dobro do de idosos.

O estudo se baseia em dados dos Boletins Epidemiológicos Especiais: Covid-19 (SVS/Ministério da Saúde), e aponta que, nesse período, 678 bebês e crianças com menos de 5 anos foram hospitalizadas por Covid no Brasil, enquanto as internações de idosos com mais de 60 anos somaram 387.

Os idosos são considerados grupo de risco para agravamento e hospitalização por coronavírus, e o Observa Infância lembra que, de janeiro a junho de 2022, houve 90 mil internações de maiores de 60 anos, contra 7,8 mil internações de bebês e crianças menores de 5 anos.

Os pesquisadores afirmam que, com o avanço da vacinação entre adolescentes, adultos e idosos, as taxas de hospitalização e mortalidade caíram em todas as faixas etárias, mas entre as crianças menores de 5 anos, a queda é mais lenta. Enquanto entre os idosos houve houve redução de 325% na média diária de óbitos por Covid-19, para os menores de 5 anos essa queda foi de 250%.

Esse cenário fez com que crianças menores de 5 anos passassem a responder por duas de cada cinco internações por coronavírus no Brasil, a partir de julho de 2022.

A vacinação de crianças de 3 e 4 anos só pode ser feita com a CoronaVac, a partir da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), concedida em 13 de julho, para o uso emergencial da vacina. Até 23 de setembro, apenas 2,5% da população com essa faixa etária havia recebido a vacina, e, segundo o Vacinômetro do Ministério da Saúde, o número de doses aplicadas nessas crianças não chega a um milhão. Para bebês de 6 meses a 2 anos, a Anvisa aprovou o uso da Pfizer pediátrica em 16 de setembro, mas a vacinação ainda não começou. 

"A cada dia que passamos sem vacinas aplicadas nessa faixa etária, mais de uma criança morre por Covid-19 no Brasil", afirma Cristiano Boccolini, pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz.

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