'Tempus Veritatis'

Bolsonaro e militares são alvos de operação da PF que investiga tentativa de golpe de Estado

Exército Brasileiro acompanha cumprimento de alguns mandados.

Agência Brasil
08/02/2024 às 08:40.
Atualizado em 08/02/2024 às 14:19
Bolsonaro compareceu à PF para depor, mas exerceu o direito de ficar calado (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

Bolsonaro compareceu à PF para depor, mas exerceu o direito de ficar calado (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

A Operação Tempus Veritatis tem, como alvos, diversos militares que integraram o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Diante da notícia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (8), esperar que o rigor da lei seja aplicado contra os que atacaram a democracia, ao financiar os acampamentos que culminaram na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2022.

Entre os investigados estão o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, o ex-ministro da Casa Civil, general Walter Souza Braga Netto, e o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

“É muito difícil um presidente da República comentar sobre uma operação da Polícia Federal que ocorre em segredo de Justiça. Espero que não ocorra nenhum excesso e seja aplicado o rigor da lei. Sabemos dos ataques à democracia. Precisamos saber quem financiou os acampamentos. Vamos esperar as investigações”, afirmou Lula.

A declaração foi um recorte de trecho da entrevista concedida por Lula à Rádio Itatiaia. O comentário se referia à operação que cumpre 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva, além de 48 medidas cautelares que incluem a proibição de manter contato com outros investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e a suspensão do exercício de funções públicas .

As medidas judiciais foram expedidas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Dentre elas está a de apreender o passaporte do ex-presidente Bolsonaro.

A operação é deflagrada após o ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, ter fechado acordo de colaboração premiada com investigadores. O acordo foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) e já recebeu a homologação do STF.

Pelas redes sociais, o advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten disse que “em cumprimento às decisões de hoje, o presidente Jair Bolsonaro entregará o passaporte às autoridades competentes. Já determinou que seu auxiliar direto, que foi alvo da mesma decisão e que se encontrava em Mambucaba, retorne para sua casa em Brasília, atendendo a ordem de não manter contato com os demais investigados”, postou Wajngarten.

Veja os alvos da operação:

  • ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno Ribeiro Pereira;
  • ex-ministro da Casa Civil e da Defesa general Walter Souza Braga Netto;
  • ex-ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira;
  • major da reserva Ângelo Martins Denicoli;
  • coronel reformado do Exército Aílton Gonçalves Moraes Barros;
  • coronel Guilherme Marques Almeida;
  • tenente-coronel Hélio Ferreira Lima;
  • tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  • ex-comandante-geral da Marinha almirante Almir Garnier Santos;
  • general Mário Fernandes;
  • ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira;
  • general de Brigada reformado Laércio Vergílio;
  • Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho;
  • ex-ministro da Justiça, Anderson Torres;
  • presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

Há mandados de prisão contra:

  • o ex-assessor especial de Bolsonaro Felipe Martins
  • coronel Bernardo Romão Correa Neto
  • coronel da reserva Marcelo Costa Câmara
  • major Rafael Martins de Oliveira.

As medidas judiciais estão sendo cumpridas em Minas e nos seguintes estados: Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná e Goiás, além do Distrito Federal. O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados.

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