Trabalho inusitado

Britânica ganha cerca de R$ 1 mil para abraçar estranhos

João Paulo Martins
joao.oliveira@hojeemdia.com.br
05/04/2022 às 16:35.
Atualizado em 05/04/2022 às 16:43
Você teria coragem de trabalhar abraçando e acariciando estranhos? (Freepik / Divulgação)

Você teria coragem de trabalhar abraçando e acariciando estranhos? (Freepik / Divulgação)

Você teria coragem de abraçar estranhos em troca de dinheiro? A britânica Kristiina Link, de 30 anos, natural de Stratford, na Inglaterra, deixou de lado o trabalho no escritório para ganhar até 170 libras (cerca de R$ 1 mil) por cada sessão de “aconchego”.

Segundo o tabloide britânico The Mirror, os serviços oferecidos por Link incluem segurar as mãos, acariciar o cabelo e abraçar os clientes por até três horas de sessão. A “terapeuta” diz que há muitos benefícios emocionais na prática – e seu namorado entende as ações que pratica no trabalho.

A ideia de oferecer carinho surgiu quando a britânica passou por um forte abalo emocional após o término de um relacionamento. De coração partido, Kristiina decidiu fazer um curso de aconchego para combater a solidão.

Kristiina Link trabalha abraçando profissionalmente estranhos como uma forma de terapia emocional (Mirror.co.uk / Reprodução)

Kristiina Link trabalha abraçando profissionalmente estranhos como uma forma de terapia emocional (Mirror.co.uk / Reprodução)

“Em 2019, quando fiquei solteira, comecei a sentir falta do lado carinhoso e afetuoso do relacionamento a dois. Pensei que deveria existir um serviço em que as pessoas se ajudassem e se abraçassem. É uma espécie de ‘Uber’ do carinho. Os abraços liberam o hormônio do amor, a oxitocina, que é conhecida por ajudar na solidão, ansiedade e depressão”, explica Link ao tabloide britânico.

De acordo com ela, para que a oxitocina seja liberada, é necessário que o abraço dure pelo menos 20 segundos. “As pessoas, normalmente, se abraçam por alguns segundos, então nunca experimentam o efeito completo. No meu trabalho, vejo muitas pessoas que estão se sentindo isoladas por causa da pandemia, bem como aquelas que estão de luto e precisam de conforto físico”, diz a “abraçadora” profissional.

Kristiina Link começa suas sessões tocando música com efeito calmante e, em seguida, segura as mãos dos clientes antes de proporcionar o abraço em uma cama de casal.

“Encorajo a respiração profunda para que se sintam presentes no momento. Nós nos abraçamos em várias posições, como de pé e de conchinha, mas eu mudo a posição a cada 15 minutos, caso contrário, os braços ficam doloridos e as pessoas precisam se alongar. Algumas ficam nervosas no começo ou não gostam que seus cabelos e braços sejam acariciados, então os limites são sempre discutidos antes de começarmos. É importante que as pessoas sintam que estão em um espaço seguro e com a pessoa certa”, esclarece a britânica ao The Mirror.

Ela faz questão de lembrar que não é terapeuta, que não foi treinada para dar conselhos. Ainda assim, muitos clientes sentem a necessidade de se abrir e pedir aconselhamento na terapia de aconchego.

Como era de se esperar, a profissão de Kristina Link ainda é pouco compreendida. Contudo, ela acha que é questão de tempo para a prática se tornar comum. “É um conceito relativamente novo, então algumas pessoas ficam confusas sobre o que realmente é a terapia de abraço. É o mesmo que as massagens profissionais há 50 anos”.

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